Poluição do ar em Portugal provoca em média seis mil mortos por ano
Em Portugal a poluição do ar causa cerca de seis mil mortes por ano, indicou hoje a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a propósito do Dia Nacional do Ar, que se assinala no domingo.
“Apesar das melhorias significativas registadas nas últimas décadas, em Portugal, a poluição do ar causa cerca de seis mil mortes por ano, agrava problemas respiratórios e cardiovasculares, é responsável por dias de trabalho perdidos e contribui para elevados custos de saúde com grupos vulneráveis como crianças, asmáticos e idosos”, lê-se num comunicado de imprensa da APA.
O Dia Nacional do Ar, que foi instituído em Portugal em 2019, tem como objetivo dar a oportunidade de envolver a comunidade no tema da qualidade do ar, chamando a atenção para o direito, que é de todos, a “respirar um bom ar”.
Este ano o Dia Nacional do Ar tem como tema “Bom Ar pela Saúde e Bem-estar” e visa destacar os efeitos da má qualidade do ar na morbilidade e mortalidade humana. Contudo, devido à situação de pandemia da covid-19, as comemorações foram adiadas.
Segundo a APA, o novo contexto de pandemia trouxe uma “nova realidade” na qualidade do ar, com a redução significativa do tráfego rodoviário, especialmente nos grandes aglomerados urbanos, com grandes impactes positivos em termos de qualidade do ar, e que “importa avaliar e continuar a monitorizar”, acrescenta o comunicado.
Portugal registou hoje 470 mortos associados à covid-19, mais 35 do que na sexta-feira, e 15.987 infetados (mais 515), indica a Direção-Geral da Saúde.
A redução da atividade económica e da mobilidade das pessoas por causa da pandemia da covid-19 reduziu de forma drástica as emissões de dióxido de azoto, que em Lisboa chegaram aos 80% e nalguns locais do Porto aos 60%.
Segundo uma nota do Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior divulgada no passado dia 01, as imagens obtidas pelos peritos do Laboratório de Observação da Terra do Centro Internacional de Investigação do Atlântico (Air Centre) entre os dias 10 e 28 de março revelam uma redução drástica nos níveis de NO2 (dióxido de azoto), um gás que resulta da queima de combustíveis fósseis, nomeadamente dos motores dos carros e da indústria.