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Informação tratada é importante para conhecer a realidade dos 15 milhões de portugueses e lusodescendentes

Foto António Cotrim/Lusa
Foto António Cotrim/Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje, em Lisboa, que é importante, para conhecer a realidade e poder intervir, ter acesso à informação tratada sobre os 15 milhões de portugueses e lusodescendentes no mundo, citando o Relatório da Emigração.

“É muito importante nós termos acesso a fontes de informação tecnicamente tratadas e um trabalho de constante atualização das fontes, das séries estatísticas, porque só assim podemos conhecer a realidade em que intervimos”, declarou Augusto Santos Silva.

O ministro dos Negócios Estrangeiros fez estas declarações hoje durante o lançamento, em Lisboa, do Relatório da Emigração (2016), elaborado pelo Observatório da Emigração, lembrando que o Governo tem um protocolo com esta entidade para a publicação de dados anuais sobre a diáspora portuguesa.

“Só conseguimos agir sobre a realidade, conhecendo a realidade e, no caso da emigração, é preciso conhecê-la tendo presentes as várias fontes que podemos utilizar”, indicou Santos Silva.

O ministro referiu que, ainda hoje, “na imprensa diária se suscitou indiretamente a questão de saber quanto somos”.

“A resposta é muito simples. Nós somos 10 milhões e trezentos mil que residem em Portugal, dos quais 800 mil são cidadãos estrangeiros”, sublinhou.

“Depois, temos cerca de dois milhões e trezentas mil pessoas, que nasceram em Portugal e residem atualmente no estrangeiros e são portanto, tecnicamente, emigrantes, de acordo com o critério que utilizamos, que é das Nações Unidas, que diz que é emigrante aquele natural de um certo país, que reside em outro país há mais de um ano ou tem a intenção de permanecer neste país durante mais de um ano”, acrescentou.

Santos Silva disse ainda que “se acrescentarmos a estes dois milhões e trezentos mil naturais de Portugal que vivem no estrangeiro, aqueles que não tendo nascido em Portugal têm nacionalidade portuguesa ou podem vir a ter nacionalidade portuguesa, porque são filhos ou netos de portugueses, chegaremos a um número global de portugueses e lusodescendentes [no estrangeiro] que vai se aproximando dos seis milhões de pessoas”.

“A última estimativa realizada pelos nossos serviços aponta para 5,7 milhões de pessoas”, afirmou.

“Estes números não são contraditórios entre si, quando nós dizemos, para simplificar, que somos 15 milhões de portugueses hoje no mundo. Estamos a falar a verdade, estamos a contar os portugueses que residem em Portugal, os naturais de Portugal que vivem no estrangeiro e os nacionais portugueses no estrangeiro, mesmo que não tenham nascido em Portugal”, disse.

Antes, durante o 6.º Fórum de Graduados Portugueses no Estrangeiro (GraPE), o ministro dos Negócios Estrangeiros também pediu aos jovens académicos portugueses emigrados para contribuírem para promover Portugal no mundo e participarem na internacionalização do país através da inovação.

Santos Silva apoiou a sua intervenção em dados do mais recente Relatório da Emigração.

Segundo estimativas citadas pelo ministro, só em 16 dos 194 países membros da ONU não há portugueses registados como residentes.

Durante a sua intervenção no lançamento do relatório, que decorreu no Palácio das Necessidades, Santos Silva destacou ainda a importância que se deve dar à mobilidade entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).