Faculdade de Ciências e Tecnologia está a imprimir máscaras para hospitais
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa juntou alunos e professores e montou uma linha de montagem para produzir máscaras viseiras de proteção para os profissionais de saúde, anunciou hoje aquela instituição.
Em comunicado, a faculdade afirma que, em condições ideais, consegue imprimir em três dimensões (3D) cerca de 100 máscaras por dia, que estão a ser distribuídas pelos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, Cascais, Garcia de Orta, em Almada, e Vila Franca de Xira.
Cada máscara demora duas horas a ser produzida, mas os cerca de 30 voluntários, entre professores e alunos de doutoramento e de mestrado, estão organizados de forma a garantir que as 12 máquinas impressoras disponíveis trabalham ininterruptamente.
“São organizadas equipas de duas pessoas, por turnos, para supervisionar e monitorizar o processo de produção”, explica o professor e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT Nova) Telmo Santos.
A equipa que está a trabalhar na iniciativa do departamento de Engenharia Mecânica e Industrial e do FCT Fablab também está responsável por gerir os pedidos dos hospitais e pela logística de distribuição.
Além dos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, Cascais, Garcia de Orta, em Almada, e Vila Franca de Xira, a faculdade também já recebem pedidos de um grupo de enfermeiros que está a distribuir materiais e artigos de proteção para os profissionais de saúde em vários hospitais do Barreiro, Setúbal e Montijo.
Esta linha de montagem é uma das várias iniciativas que a FCT Nova tem lançado para prestar apoio em diferentes frentes durante a pandemia da covid-19.
Um outro exemplo é o projeto Beyond COVID19, que tem como objetivo reunir entre a comunidade académica ideias de soluções para áreas como a economia, a educação e a saúde, e coloca-las em prática.
A instituição de ensino superior está também a apoiar uma iniciativa do neurocientista João Nascimento, o #ProjectOpenAir, para a criação de ventiladores que possam ser fabricados localmente e em massa, e a plataforma vent2life.eu, dedicada à identificação e reparo de ventiladores que não estejam a ser utilizados.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera, e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira.
Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.