Juiz brasileiro Luiz Antônio Bonat substitui Sergio Moro na operação Lava Jato
O magistrado Luiz Antônio Bonat, de 64 anos, foi ontem confirmado como o novo juiz responsável pelos processos da operação Lava Jato, substituindo assim Sergio Moro, entretanto nomeado ministro da Justiça do Brasil.
O nome de Bonat foi anunciado numa sessão no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, capital do estado brasileiro de Rio Grande do Sul. Segundo a plataforma de notícias G1, o anúncio de Bonat já era esperado, visto que o critério para a escolha é o tempo de serviço.
A vaga era disputada por 25 candidatos, sendo que Luiz Antônio Bonat era o mais antigo, atuando como juiz federal desde 1993.
O magistrado vai ocupar a vaga de Sérgio Moro, que abandonou o cargo de juíz para assumir o Ministério da Justiça no Governo do Presidente Jair Bolsonaro.
Quem assegurou até ao momento os processos da operação Lava Jato foi a juíza Gabriela Hardt, que inclusive foi responsável por ditar a sentença de 12 anos e 11 meses de prisão a Lula da Silva nesta quarta-feira. A magistrada deixa agora o cargo porque, sendo substituta de Moro, não pode assumir a posição em definitivo.
Bonat formou-se em direito em 1979, pela Faculdade de Direito de Curitiba, tendo ainda especialização em Direito Público pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Ao assumir a 13.ª Vara da Justiça Federal do Paraná, onde tramitam os processos da Lava Jato, Bonat deixará a 21.ª Vara Federal, também em Curitiba, que é especializada em casos da área previdenciária - que regula o Instituto Nacional de Seguridade Social do Brasil.
Segundo o G1, em artigos científicos, Bonat defendeu posições semelhantes às de Sérgio Moro acerca de crimes de corrupção e branqueamento de capitais: “Essa criminalidade organizada, denominada ‘colarinho branco’, é formada por pessoas de elevado nível cultural, integradas nos mais respeitáveis círculos sociais. Por trás dessa máscara de ilibada reputação, própria do mais sério dos cidadãos, esconde-se um criminoso com imenso potencial danoso à sociedade, desde que o seu agir contribui para o padecer da população”
Cabe agora a Luiz Antônio Bonat decidir sobre um outro caso em que o ex-chefe de Estado do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, é acusado de ter recebido como vantagem indevida pela empresa Odebrecht um terreno avaliado em 12 milhões de reais (cerca de três milhões de euros) onde supostamente seria instalado o Instituto Lula, uma fundação de estudos políticos, dedicada à cooperação internacional entre o Brasil, a África e outros países da América Latina.
Neste processo, Lula é réu por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, sendo também acusado de ter recebido um apartamento localizado na zona onde Lula residia em São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo.