Frente Institucional Militar denuncia chegada de oficiais cubanos ao país
A associação de oficiais reformados Frente Institucional Militar (FIM) denunciou na segunda-feira, em comunicado, a chegada de oficiais cubanos à Venezuela.
“Alertamos o país e os seus organismos de segurança sobre a existência desta força estrangeira, em clara violação dos valores e princípios estabelecidos na Constituição nacional [da Venezuela]”, refere o comunicado.
No documento, divulgado em Caracas, a FIM chama a atenção dos membros ativos das Forças Armadas Venezuelanas para a situação e diz ter uma “acumulação de informação, indícios e evidências” sobre “a presença de um forte contingente de militares cubanos” no país.
Também alguns dos oficiais estrangeiros estão “organizados em unidades de combate, formados” e “armados, alguns deles com experiência em conflitos militares em outras regiões”, acrescenta
O documento explica ainda que “desde há anos se tem falado, na Venezuela, da ingerência do regime castro-comunista de Cuba em muitos âmbitos da vida política oficial, particularmente em ‘inteligência’ [serviços secretos] de Estado, em imigração e identificação e no controlo de situações de desordem pública”, estimados “em 20 mil”.
“É um facto notório, a participação de uma unidade de combate uniformizada, armada, com estandartes e distintivos do exército cubano, participando em desfiles, sem que tenham sido registadas as datas de chegada dos aviões nem os trâmites migratórios, para justificar a entrada e saída do país”, explica.
Segundo a FIM, há registos de um “destes cubanos invasores, nas proximidades da praça de Altamira [leste de Caracas], identificado com fotografias e vídeos, disparando a sua arma de fogo contra uma multidão que se manifestava contra o regime e que, apesar de causar algumas baixas [mortes] não foi submetido às instâncias penais correspondentes”.
“Temos ouvido declarações de vítimas de repressão e torturas, por participarem em marchas e protestos, que identificaram cubanos uniformizados como Guardas Nacionais [polícia militar] e de outros corpos policiais”, adianta
O documento alerta, igualmente, para “constantes viagens de generais das Forças Armadas revolucionárias cubanas” que têm sido fotografados no palácio presidencial de Miraflores, no Ministério da Defesa e noutras instalações do Estado, “cumprindo funções de assessoria política e militar ao regime”.
“Em razão de tais circunstâncias, exigimos ao Ministério da Defesa e aos órgãos ministeriais competentes que realizem as ações pertinentes para expulsar do território nacional os invasores cubanos em presença ilegal no nosso país”.