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Duas companhias aéreas cancelaram voos de e para Bagdad

FOTO Reuters
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Duas companhias aéreas do Médio Oriente anunciaram a suspensão de voos de e para Bagdad, após o ataque norte-americano que vitimou um alto comandante militar iraniano no Iraque.

A Royal Jordanian, companhia de bandeira da Jordânia, afirmou hoje em comunicado que interrompeu todos os serviços entre Amã e Bagdad, “perante a situação de segurança na capital iraquiana e no aeroporto internacional, alvo do ataque que matou o general Qassem Soleimani”.

Contudo, a companhia, que opera 18 voos semanais entre Bagdade e Amã, assegurou que manterá os voos regulares entre Najaf e as cidades iraquianas de Basra, Erbil e Sulaymaniyah.

Também a Gulf Air, companhia de bandeira do Bahrein, suspendeu os voos entre Najaf, no sul do Iraque, e Bagdad.

O comandante da força de elite iraniana Al-Quds, o general Qassem Soleimani, morreu hoje num ataque aéreo contra o carro em que seguia em Bagdad que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos.

No mesmo ataque morreu também o ‘número dois’ da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras seis pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O ataque já suscitou várias reacções, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas -- Rússia, França, Reino Unido e China - alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedem as partes envolvidas que reduzam a tensão. O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU são os Estados Unidos.

No Irão, o sentimento é de vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a garantirem que o país e “outras nações livres da região” vão vingar-se dos Estados Unidos.

Também o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou que a morte como “um ato de terrorismo internacional”.

Do lado iraquiano, o primeiro-ministro iraquiano demissionário, Adel Abdel Mahdi, advertiu que este assassínio vai “desencadear uma guerra devastadora no Iraque” e o grande ayatollah Ali al-Sistani, figura principal da política iraquiana, considerou o assassínio do general iraniano Qassem Soleimani “um ataque injustificado” e “uma violação flagrante à soberania iraquiana”.