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Ciclone Kenneth provocou pelo menos um morto e elevados estragos no Norte de Moçambique

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O ciclone Kenneth provocou pelo menos um morto na cidade de Pemba, Norte do país, durante a última noite devido à queda de um coqueiro tombado pela tempestade, disse à Lusa fonte da proteção civil local.

Informação de uma outra vítima mortal por causa da intempérie está por confirmar na vila de Macomia, cerca de 150 quilómetros a norte, na mesma província de Cabo Delgado, acrescentou outra fonte, realçando que a falta de energia e comunicações está a dificultar o levantamento da situação.

Informação preliminar aponta para elevados estragos na região, com casas precárias destruídas, levadas pelo vento forte e chuva intensa, e com famílias ao relento no arquipélago das Quirimbas, nomeadamente na ilha do Ibo, e ainda nos distritos do continente de Quissanga, Mucojo, junto à costa, e Macomia, um pouco mais para o interior.

Os estragos podem estender-se a outros, acrescentam as mesmas fontes, enquanto se aguarda o restabelecimento de comunicações.

O ciclone Kenneth chegou ao Norte de Moçambique classificado com a categoria quatro, a segunda mais grave, com ventos contínuos de 225 quilómetros por hora e rajadas de 270 quilómetros por hora, anunciou hoje o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitário (OCHA).

Apesar de já ter perdido força, continua a provocar chuvas intensas na região e há elevado risco de cheias e deslizamento de terras.

“O ciclone Kenneth pode exigir uma grande operação humanitária em paralelo com a resposta em curso ao ciclone Idai”, referiu hoje o OCHA.

Na atualização feita pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades é referida a necessidade de “manter as populações nos locais seguros” dada a previsão de chuva até sábado ao princípio da tarde.

O distrito de Macomia “foi o mais afectado”, registando-se “um banco, bombas destruídas e alto número de casas destruídas, administração destruída parcialmente, sem óbitos e a maior parte das pessoas albergaram-se nos locais seguros previamente identificados”, segundo o Instituto.

Em Ibo, houve “90% das casas destruídas, [...] cerca de 15 mil pessoas ao relento”, acrescentou a mesma fonte, referindo que os centros de abrigo “estão superlotados”, havendo “necessidade de tendas, comida e água”.

Em Palma houve “nove casas de construção precária destruídas e quatro embarcações que afundaram, sem danos humanos”.

Segundo a informação do Instituto, “sobre as vias de acesso ainda não há impactos significativos, apenas em Metuge, mas a transitabilidade está ainda assegurada”.