Extracção ilegal nos Socorridos ameaça Parque Empresarial na Madeira
O leito da Ribeira dos Socorridos está transformado num manto de terra batida por onde circulam camiões transportando basalto extraído sem qualquer licença, conforme podemos ver nestas imagens obtidas com o auxílio de um drone. A indústria extractiva clandestina desfigurou a linha de água ao longo de vários anos, reduzindo nalguns troços o caudal à dimensão de uma manilha.
Hélder Spínola, biólogo e professor universitário, tem sido uma das vozes mais inconformadas com a exploração industrial nas ribeiras na Região sem acompanhamento por parte das entidades competentes. Ouvido pelo DIÁRIO, o investigador alerta para as consequências nefastas quer para o meio ambiente como também para a segurança das pessoas.
Lembra os derrames de óleos das máquinas que contaminam os aquíferos, a poluição do mar e a extrema vulnerabilidade que a extracção ilegal nos Socorridos tem vindo a colocar o Parque Empresarial da Zona Oeste (PEZO), onde se encontram infra-estruturas logísticas vitais para a Região, como a central hidroeléctrica e a central termoeléctrica da Vitória, esta última responsável pela produção de 80% da energia eléctrica que abastece toda a Região Autónoma da Madeira.
Hélder Spínola adverte que as intervenções na ribeira estão a descalçar as margens e farão com que “os caudais ganhem velocidade e poder destrutivo aquando das chuvas mais intensas”.
Este é um trabalho jornalístico integrado na rubrica ‘12 Meses, 12 Causas’, que pode ler na íntegra na edição impressa desta terça-feira, do DIÁRIO de Notícias da Madeira.