Paulo Renato faleceu em casa
Os 8.000 euros angariados na campanha serão encaminhados para outra criança, depois de consultada a equipa do Hospital
Foi por volta das 2 horas da manhã e na casa da tia onde estava a ficar que Paulo Renato faleceu, depois de cinco anos de luta contra um cancro, nestes últimos tempos com idas diárias ao hospital, pois não queria dormir ali. Segundo relatos de Martinha Rebolo ao DIÁRIO, morreu na sua casa, junto à mãe.
A criança de nove anos lutou contra um cancro que lhe começou num pé e que entretanto metastizou e atingiu-lhe inclusive os pulmões. Esta madrugada perdeu a luta, não tendo chegado a ir à Alemanha, como pretendia a família.
O tratamento experimental era para ganhar tempo. Foi encetada uma campanha para conseguir 90.000 euros com este fim, tendo conseguido reunir 8.000 euros em eventos e doações. O dinheiro não chegou a ser usado para levar Paulo Renato à Alemanha, nem houve tempo. O dinheiro conseguido na campanha solidária será, segundo a tia, encaminhado para outra crianças que precise de tratamento, doado directamente, depois de consultada a equipa do Hospital.
A família está a tratar do funeral, não sabe ao certo em que dia e a que horas se vai realizar, mas quer que seja em São Martinho. Os pais residiam em São Roque, numa casa doada que está a ser recuperada, e por isso estavam provisoriamente na casa da tia.
Paulo Renato deixou os pais, ambos desempregados, e um irmão de 16 anos.
O menino tinha o desejo de conhecer pessoalmente Cristiano Ronaldo, um sonho que concretizou no início deste mês.
“Foi um guerreiro até ao fim”, contou a tia, crente de que depois de conhecer o ídolo, o menino permitiu-se ir.
O trabalho por crianças com casos semelhantes ao de Paulo Renato é para continuar, diz Martinha Rebolo, que vai continuar através da Alma Lusa a criar eventos para angariar fundos, de forma a poder ajudar outras crianças com cancro a chegar a tratamentos inovadores mais cedo.