João Pedro Vieira diz que Governo Regional é “dono das chaves das casas de banho”
Depois de anular as licenças para o leilão de 16 barraquinhas comerciais na Placa Central, para este Natal, o vereador da Câmara Municipal do Funchal, João Pedro Vieira, tomou uma posição pública, através da sua página no Facebook, que intitulou de “O que fica da Placa Central?”, sobre o procedimento para atribuição das casinhas no ‘Mercadinho de Natal’, que tem criado a polémica dos últimos dias.
João Pedro Vieira escreve que “agora que o Governo Regional é, até 31 de Janeiro, literalmente o dono das chaves das casas de banho, a lição que fica é a de um Governo que, no princípio, meio e fim desta ‘novela’ que arrastou e precipitou para a praça pública, demonstrou ser liderado por prepotentes, sem regras e sem limite”. Mais: “Os ‘donos do evento’, que se realiza ‘quer queiram, quer não’ - apesar de todos quererem -, como disseram Eduardo Jesus e Miguel Albuquerque, são, afinal, os donos disto tudo”, critica ainda.
O vereador socialista afirma também que “desta vez, foi sobre barracas e casas de banho e a vítima foi a Câmara Municipal do Funchal”, mas “amanhã, pode ser qualquer cidadão”.
E, depois, lembra José Saramago e Bertold Brech: “No final, é isso que fica, e entre a adaptação dos poemas de Saramago e de Brecht, não há poncha que apague o rasto de destruição institucional e do poder local. Um dia talvez tentem levar-nos o edifício da Câmara - e aí diremos: exproprie-se tudo, exproprie-se o mar e o céu, exproprie-se a água e o ar, exproprie-se a nuvem que passa; agora estão me levando, mas já é tarde”.
Antes, João Pedro Vieira enumerou sete pontos em uma lista, onde começa por acusar Governo Regional de omitir informação sobre o “Mercadinho de Natal”.
Leia-os aqui:
1. O Governo Regional oculta sucessivamente informação durante o processo de organização do “Mercadinho de Natal”, nomeadamente a intenção de extensão à Praça do Povo;
2. A Câmara Municipal recusa-se a autorizar a ocupação do espaço público, sem que lhe seja definitivamente prestada toda a informação;
3. O Governo Regional decide transferir toda a actividade para a Praça do Povo;
4. A Câmara Municipal decide organizar, por esse motivo, a actividade na Placa Central;
5. O Governo Regional volta atrás e decide manter a atividade na Placa Central;
6. A Câmara Municipal solicita reunião para ultrapassar todas as dificuldades existentes e encontrar uma solução definitiva;
7. O Governo Regional decide expropriar, temporariamente, sem motivo, o domínio público municipal.