Madeira

Homens desconfiam mais de que podem ter cancro do que as mulheres

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É o que diz a experiência clínica de Sara Câmara. Os homens procuram mais os médicos, desconfiados de poderem ter um cancro do que as mulheres. Quando encontram algo anormal no corpo, que julgam poder ser um cancro procuram um médico para tirar as dúvidas. “Isso é excelente.”

A médica, que falava na comemoração do Dia Mundial do Cancro, numa iniciativa do Núcleo regional da Madeira da Liga Portuguesa Contra o Cancro, acrescentou: “Em caso de dúvida, deve ser sempre observado”.

Ainda sobre os homens, a médica alertou para a maior ocorrência do melanoma no couro cabeludo, a que é necessário estar atento, até porque tem uma taxa de cura inferior aos demais melanomas.

A médica também deixou um alerta para o risco que existe em consumir hormonas, sendo de especial preocupação o que alguns jovens frequentadores de ginásios fazem. “É desaconselhável.”

A médica, que falou sobre a grande importância que os voluntários têm, tanto em ambiente hospitalar como na comunidade, deixou, igualmente, um alerta para as falsas terapias. Aos doentes, em situação de fragilidade, são apresentadas terapias como alternativas, que, na verdade não o são. O foco, pediu a médica, deve ir para que os tratamentos não sejam interrompidos, mesmo que o doente queira acumular com alguma outra terapia.

Na sessão da Liga esteve também Pedro ramos. O secretário da Saúde enquadrou o lema da nova campanha, que se prolongará por três anos: ‘Eu sou... Eu vou’. Algo que aponta para a responsabilização individual e colectiva, tanto para a adopção de comportamentos preventivos, evitando os factores de risco, como a obesidade, tabaco, álcool, demasiadas exposição ao sol... e a adopção de comportamentos saudáveis, como a alimentação equilibrada e a prática regular de exercício físico.

Sobre a realidade oncológica na Região, Pedro Ramos revelou que, em 2017, sugiram cerca de 1.300 novos casos de cancro, sendo a boa notícia a de que as taxas de sobrevivência são cada vez maiores. Ainda assim, a taxa de mortalidade ronda os 22%, 2 a 3 pontos percentuais abaixo da dos Açores e de Portugal continental.

Pedro Ramos recordou, ainda, as recomendações, na área oncológica, para quem tem responsabilidades públicas, que são para que haja mais investimento em saúde, o que passa por recursos humanos, equipamentos e tecnologia. Algo que, garante, o Governo Regional tem vindo a fazer.

O secretário da Saúde também revelou que, em Abril ou Maio, será apresentado um estudo sobre os dez cancros mais registados na Região.