Madeira

Economia regional abrandou crescimento já em 2018 por causa do CINM

Contas Regionais davam crescimento de 5,1% em 2017 (definitivo), pelo bom desempenho das empresas da zona franca, e de apenas 0,6% no ano passado (provisório)

Foto Shutterstock
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A informação final das Contas Regionais, publicadas esta manhã pela Direcção Regional de Estatística da Madeira para o ano de 2017, revela que o Produto Interno Bruto (PIB) regional atingiu os 4.783,6 milhões de euros, tendo subido 5,1% em termos reais (ou seja excluindo o efeito da variação de preços) face ao ano anterior.

Este crescimento tão significativo e superior à média do país (+3,5%) é influenciado pelo aumento substancial do PIB gerado por empresas sediadas no CINM, muito embora seja de assinalar que no resto da economia regional (ou seja, excluindo, a componente CINM), o crescimento foi também ligeiramente superior à média nacional.

Contrariamente ao que sucede em 2017, o INE, na sua primeira estimativa para o ano de 2018 aponta para uma taxa de crescimento na Região de 0,6% em termos reais, ritmo inferior ao do país, que ascendeu aos 2,4%. Note-se que a performance da RAM neste ano é prejudicada pelo desempenho das empresas de CINM cujo PIB diminui de forma acentuada. A taxa de crescimento real do resto da economia regional é positiva, embora se situe num patamar inferior à média nacional.

Note-se que em 2017, há um contributo decisivo do principal ramo de atividade da RAM, o “Comércio, transportes, alojamento e restauração”, cujo Valor Acrescentado Bruto (VAB) cresceu 7,0%, bem como das “Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio” que registaram um incremento nominal de VAB de 21,5%.

Enquanto que em 2018 destacou-se a Construção (+12,8%) e uma vez mais as “Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio” (+9,4%), como aqueles em que o VAB mais aumentou. Contrariamente, o principal ramo, o do “Comércio, transportes, alojamento e restauração” apesar de ser o único dos 10 ramos de atividade - para o qual é publicada informação - a apresentar um recuo em termos nominais (-1,8%), a sua dimensão acaba por condicionar os resultados globais.

De referir que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, a componente principal do investimento) realizada na RAM em 2017 fixou-se nos 684,7 milhões de euros, crescendo 21,5%, substancialmente acima do observado para o país (+13,8%). Quanto ao rendimento disponível bruto (RDB) das famílias da RAM, o mesmo aumentou 2,6% em 2017, fixando-se em termos per capita nos 12.498 euros, traduzindo um índice de disparidade face à média nacional de 97,8, ou seja, situa-se abaixo da referida média em 2,2%. O RDB das famílias registou uma subida de 3,2% no país.

Ainda que provisórios, os dados do PIB por habitante em 2018, mostram uma melhoria para 19.243 euros na Região, enquanto no país este rácio fixou-se nos 19.827 euros. De ressalvar contudo que as duas únicas regiões acima da RAM, encontram-se também acima da média nacional (Área Metropolitana de Lisboa e Algarve).

Os índices de disparidade do PIB per capita em 2018 face à média nacional (PT=100) e face à média da União Europeia (UE28=100) foram de 97,1 e de 74,5, respetivamente.

Já a produtividade aparente do trabalho que corresponde ao rácio entre o VAB e o Emprego foi de 34.660 euros, abaixo do valor nacional (35.876 euros).

Por fim, é de referir que o INE deverá apresentar os valores definitivos para 2018, daqui por um ano, sendo que devido à pequena dimensão da economia da Região, as revisões podem ser significativas.