Duarte Caldeira diz que só apoia liderança de Cafôfo se este escolher os melhores
O socialista Duarte Caldeira, um dos fundadores do PS/Madeira, afirmou hoje que só apoiará a candidatura de Paulo Cafôfo à liderança da estrutura regional se o antigo autarca do Funchal escolher “os melhores” para a sua equipa.
“Eu disse ao Paulo Cafôfo e ao Emanuel Câmara (líder do PS/Madeira) que os apoiaria desde que eles escolhessem os melhores para estar à frente do partido, não os amigos nem os compadres. No futuro, se eles não escolherem os melhores não contem comigo e terão um adversário dentro do partido”, afirmou à agência Lusa Duarte Caldeira.
O histórico socialista madeirense comentava desta forma a intenção de Paulo Cafôfo, que foi o cabeça de lista do PS (como independente) nas últimas eleições legislativas na Madeira, em setembro, de concorrer à liderança do partido no arquipélago.
Paulo Cafôfo, que foi, entretanto, eleito como deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, filiou-se há três dias como militante do PS, mas só poderá, segundo os estatutos do partido, candidatar-se à liderança após seis meses de militância, ou seja a partir de maio de 2020.
“Eu há muito tempo que ando à volta do Paulo Cafôfo para ele se filiar. Na minha opinião, logo que ele foi eleito deveria ter-se filiado e sido o líder do grupo parlamentar”, defendeu.
Para Duarte Caldeira, Paulo Cafôfo “tem óptimas condições para vir a ser um bom líder”, mas “terá de alargar o seu grupo de conselheiros”.
“Não vejo ninguém no seu grupo que tenha sido ganhador, nem conhecedor da história do próprio partido. É preciso fazer mais do que ter um nome como o de Paulo Cafôfo”, alertou, apontando “muitas falhas” ocorridas durante a última campanha eleitoral para as legislativas da Madeira.
“Quem se candidatar, se ainda não tem a experiência e a vivência de um partido, tem de procurar alguém que, juntamente com ele, transforme essa vivência numa verdadeira liderança”, apontou.
A escolha do candidato à liderança do PS/Madeira será feita no congresso regional do partido (oficialmente ainda sem data marcada), que se realiza de dois em dois anos, tendo o último decorrido em janeiro de 2018.
Ainda que não haja uma data oficial para a realização deste congresso, Duarte Caldeira ressalvou que, segundo os estatutos, a sua realização só pode ser “atrasada ou adiantada” num período até dois meses.
“Se for para cumprir os estatutos à risca parece-me que ele não chega a tempo. Essa é a impressão que eu tenho”, concluiu.