Directores de serviço do SESARAM organizam-se para impedir que Mário Pereira seja director clínico
Há um grupo de médicos que se estão a organizar para tentar impedir que Mário Pereira se torne director clínico do SESARAM. Formaram um grupo que intitularam ‘O Nosso Hospital’ e têm vindo a debater a melhor maneira de actuação. O grupo é formado por directores de serviço, ao que tudo indica, por pessoas que votaram contra a alteração dos estatutos do SESARAM, que permitiriam a contratação de Filomena Gonçalves para o cargo, para que agora está indicado Mário Pereira. São pessoas descontentes com a indicação do médico, que já foi deputado do CDS.
Estão a ser ponderadas varias formas de actuação, mas ainda não há decisões finais. Na edição impressa de domingo, damos-lhe conta dos pormenores.
A situação começa a ficar insustentável no SESARAM, quando está em causa as questões relacionadas com as pessoas que devem ocupar os cargos e conduzir os destinos clínicos de cada serviço e a Direcção Clínica Global. Mas a questão ultrapassa a esfera clínica e, como já é público, tem contornos políticos.
Este domingo deverá haver importantes desenvolvimentos sobre a questão, ao nível da decisão política. Quando Filomena Gonçalves se afastou, depois de, na prática, o seu nome ter sido vetado, Miguel Albuquerque veio a público dizer que nada estava decidido e que quem manada na saúde “é o Governo”. A decisão do Governo foi tomada e, agora, volta tudo ‘à estaca zero’, devendo a componente política ser novamente chamada a terreiro.
A questão política foi colocada no actual Governo de coligação, por ter ficado acordado que o CDS indicaria a pessoa para a Direcção Clínica e de vários serviços e o PSD os restantes.
Filomena afastada
A primeira pessoa indicada pelo CDS para a Direcção Clínica do SESARAM foi Filomena Gonçalves. Mas, por não fazer parte dos quadros, não pôde tomar posse, o que deveria acontecer após a uma alteração estatutária.
No dia 14 deste mês, a presidente do Conselho de Administração, Rafaela Fernandes, colocou a alteração à votação dos directores de serviço, que a rejeitaram por 30 votos contra e 4 a favor. Filomena Gonçalves, por uma questão de “dignidade” pessoal, decidiu afastar-se.