Congresso ‘Lugares Pioneiros’ chega ao fim com balanço positivo
Chegou ao fim o ‘Congresso Internacional Lugares Pioneiros Machico-Funchal: as primeiras Aldeias Globais’, numa organização que juntou os municípios do Funchal e de Machico, estabelecendo uma ponte pioneira entre saberes, políticas e formas de estar heterogéneas e multiculturais, assentes nas construções de “novos lugares”.
“Toda a mudança de lugar exige coragem, comporta riscos, mas também é uma oportunidade de inovação”, referiu Luísa Paolinelli, presidente da comissão organizadora do Congresso, no seu discurso de encerramento, no qual expressou o seu desejo de que este Congresso “não seja apenas concepção, mas que, como referiu o professor Gilles Lipovetsky, se centre no fazer”, através da oportunidade de concretização futura das ideias defendidas nas diversas conferências. Já o professor José Eduardo Franco, fisicamente ausente, fez chegar uma mensagem na qual refere que este congresso “desafia o século XXI ao conhecimento que irá marcar a importância dos pequenos lugares”, trazendo a novidade de ser “uma aposta entre a herança cultural do passado, forma de inspiração para pensar o presente e meio de projectar o futuro, através de um diálogo interdisciplinar”, honrando a Madeira e Portugal e contribuindo para uma “globalização com rosto humano”.
O reitor da Universidade da Madeira, José Carmo, por seu turno, referiu que a UMa tem procurado ter um papel activo na compreensão do processo de globalização e de conhecimento associado.
No entender de Ricardo Franco, presidente da Câmara Municipal de Machico, a celebração dos 600 anos tem especial importância para Machico enquanto cidade pioneira, sublinhando que depois do século XV, o mundo não voltaria a ser o mesmo.
“Somos o resultado de uma história, mas é necessário olhar o futuro e questionar qual o nosso lugar nesse futuro”, referiu Paulo Cafôfo, presidente da Câmara do Funchal, afirmando que “é necessário continuar a nossa história”, por via da educação, que segundo o autarca, representa “não um fim, mas um processo”. “É urgente “um olhar reformista, olhar a história e perguntar ‘o que podemos fazer de diferente?’, ir ao pioneirismo e projectar o futuro, e isso implica atender à localização estratégica junto ao mar”.
A encerrar o congresso esteve a Ministra da Cultura, Graça Fonseca, que destacou o papel da cultura como sendo de extraordinária importância para ligar pessoas, territórios e comunidades. “Nas nossas diferenças, temos mais semelhanças do que se possa imaginar. Cada vez mais penso que há um papel preponderante para a educação e para a cultura” e que “é fundamental trabalharmos em rede, no sentido de construirmos um futuro melhor”.
O balanço destes dois dias é claramente positivo. Foram dias de intensos trabalhos que juntaram diversos estudiosos e pensadores de diversas nacionalidades que juntos reflectiram a temática do pioneirismo.