Madeira

Alberto João Jardim diz que José Manuel Coelho pautou muitas vezes “pela anormalidade”

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O ex-presidente do Governo Regional da Madeira (1978 - 2015), Alberto João Jardim, disse hoje que, independentemente da dialética política, “deve haver bom senso” e que José Manuel Coelho pautou muitas vezes a sua atuação pela “anormalidade” e “calúnia”.

Alberto João Jardim foi hoje ouvido, na qualidade de testemunha arrolada por José Manuel Coelho, no julgamento em que o vice-presidente do PTP é acusado dos crimes de difamação, injúria e desobediência a diversas entidades.

O ex-presidente do Governo Regional disse, em tribunal, que conhecia José Manuel Coelho da vida política, mas que não tinha nada contra ele.

“Apenas tenho uma opinião formada sobre o arguido”, testemunhou, realçando que tinha “comportamentos insólitos”, que fazia política “de forma abjeta” com vista a desacreditar instituições e a autonomia e que primava por “um certo exagero combativo”.

“Eu nunca cheguei a zangar-me com ele, tirando os ataques pessoais e as calúnias, era mais palhaçada do que política e com um certo sentido de humor”, declarou, distinguindo sarcasmo e calúnia.

“Em democracia, há uma certa margem de elasticidade e consentimento no debate político, mas outra coisa é a calúnia e o insulto pessoal”, observou, salientando que “o mais importante é a honestidade e um sentido de bom senso”.

A juíza presidente do coletivo que está a julgar José Manuel Coelho informou que a Assembleia da República já retirou a imunidade política ao deputado do PS-M, Carlos Pereira, e que este irá responder por escrito.

O tribunal marcou as alegações finais para todo o dia 20 de maio.

José Manuel Coelho apareceu na audiência da parte da tarde, mas escusou-se a sentar-se no banco dos réus argumentando que a mesma estava ferida de ilegalidade porque, como candidato às eleições europeias de 26 de maio, o julgamento devia ter sido suspenso até à proclamação dos resultados eleitorais.

O julgamento de José Manuel Coelho, que foi adiado sucessivamente, começou em 25 de fevereiro, sendo o dirigente do PTP acusado de vários crimes, entre os quais os de difamação qualificada, injúria agravada e desobediência qualificada, devido a declarações proferidas contra diversas entidades, em alguns casos em períodos de campanha eleitoral.

Este julgamento resulta da junção de 11 processos movidos por vários assistentes, que começaram no tribunal da Instância Local da Madeira, no Funchal, tendo o arguido pedido sucessivamente escusa dos juízes dos diversos casos.

O arguido foi pedindo escusa dos juízes nos processos na Instância Local da Comarca da Madeira, tendo os magistrados optado por juntá-los num só e enviaram-no para a Instância Central.