Abastecimento de chatices
No dia 15/3, fui, como habitualmente, ao posto de abastecimento de combustível mais próximo da minha residência – Repsol da Nazaré – e atestei o depósito do carro da minha mulher. De seguida, dirigi-me ao interior da loja e paguei com cartão o valor que o funcionário indicou, sem o conferir, pois confiei sempre na seriedade e competência de quem está do outro lado do balcão.
Contudo, no dia 26/4, em véspera de fim de semana, a minha mulher recebeu na caixa de correio um Aviso Convocatório para comparecer, no dia 29, na Esquadra de Investigação Criminal do Funchal, para ser ouvida sobre assunto não mencionado no referido documento. Como é natural em pessoas que não frequentam estes meandros criminais, até ser ouvida, a inquietação e a ansiedade eram enormes, razão pela qual nem foi trabalhar nesse dia. Também acabei por faltar ao serviço na parte da tarde do referido dia para a acompanhar.
Quando nos comunicaram o motivo da convocação – roubo de combustível no posto de abastecimento referido –, fiquei com a noção de que se tratava de algum equívoco ou, na pior das hipóteses, alguma falha no sistema informático da referida bomba. Na documentação exibida, constava, de facto, uma foto do automóvel em causa. Para mim, não era suficiente. Queria ver o vídeo com a gravação das imagens, porque não acreditava naquela acusação.
Assim que recebi a ordem de pagamento que a BIC me passou, dirigi-me ao referido posto e fiz questão de visionar o tal ato de fuga ao pagamento do combustível. A funcionária/responsável pela loja foi averiguar o processo e, afinal, não era necessário ver as imagens, porque o que se tinha passado não fora um roubo nem uma fuga ao pagamento, mas, simplesmente, um erro do funcionário, no cálculo do valor a pagar pelo combustível, que registou 20,00 em vez de 67,00. Como o único meio de corrigir o erro era o recurso à BIC, segundo ela, toca a chatear o cliente e a entupir os serviços policiais com processos criminais, apenas para tentar corrigir um erro de caixa da sua responsabilidade exclusiva.
É caso para questionarmos se não será abusivo recorrer aos serviços policiais para corrigir erros de caixa e se é aceitável que uma pessoa de bem seja incomodada, chateada e lesada na sua imagem pública devido à incompetência dos funcionários das lojas. Não aceito que os meus impostos sejam consumidos em investigações criminais que de crime não têm nada e, como não sou masoquista, não tenho prazer em sofrer, mesmo que devido à falta de profissionalismo dos outros, só me resta alertar os leitores para estas situações, por forma a evitarem chatices. É o que vou fazer. Nunca mais abasteço o carro na Repsol da Nazaré!