Desporto

Aprovada a liquidação do Clube de Futebol União

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A maioria dos credores do Clube de Futebol União aprovou, em assembleia realizada esta manhã, no tribunal do Funchal, a liquidação do património da entidade, embora a venda de bens ou direitos fique suspensa até esclarecimento de algumas dúvidas. Apenas o representante da União SAD, Aurélio Sousa, votou contra a proposta que constava do relatório do administrador de insolvência, Rui Silva, que disse perante a juíza Sara Ferreira que o clube “está ferido de morte”, por não ter forma de gerar receitas para saldar os 10 milhões de dívidas reclamadas.

Apesar do encerramento do Clube de Futebol União ser certo, o processo de extinção da entidade promete ser longo, devido sobretudo a processos judiciais pendentes em diversas instâncias. Aos problemas legais que já vinham do passado, na assembleia de credores desta manhã emergiu mais um. Um dos principais activos da instituição é a posse e direito de utilização do seu complexo desportivo. Acontece que a infraestrutura foi construída em terrenos expropriados pelo Governo Regional, que detém a sua titularidade. Se a massa insolvente quiser vender direitos de utilização ou a própria propriedade (por exemplo, a um novo ‘União’, cuja constituição está em estudo), terá de reclamá-lo numa nova acção judicial, invocando a usucapião. Acresce que uma parcela de 3.000 metros quadrados do complexo desportivo pertence a uma cidadã que ainda está à espera de ser ressarcida do montante que acordou para a cedência do terreno. Por outro lado, existem dúvidas sobre a existência da própria marca comercial ‘Clube de Futebol União’, cuja eventual venda poderia garantir verbas à massa insolvente.

“Vai ser um processo longo e complicado”, concluiu a juíza Sara Ferreira, que sugeriu a constituição de uma comissão de credores, que ficaria incumbida de deliberar os passos a dar nos próximos meses e anos.