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Parlamento rejeita moção de censura contra o governo na Grécia

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O Parlamento grego rejeitou hoje uma moção de censura ao Governo de Kyriakos Mitsotakis, que foi criticado pela forma como lidou com a colisão ferroviária de 2023, que continua a gerar protestos e agitação política dois anos depois.

Cento e cinquenta e sete parlamentares votaram contra a moção, apresentada pelo principal partido da oposição, o Pasok (socialista), e vários pequenos partidos de esquerda, registando-se 136 votos a favor.

O fracasso da moção não estava em dúvida porque o partido conservador Nova Democracia, do primeiro-ministro, tem maioria absoluta no parlamento unicameral, com 156 dos 300 lugares.

Em frente ao Parlamento, no momento da votação, milhares de pessoas reuniram-se, exigindo respostas sobre as circunstâncias desta colisão frontal entre dois comboios que vitimou 57 pessoas a 28 de fevereiro de 2023.

Os partidos de esquerda acusam o governo de encobrir as verdadeiras causas do acidente ferroviário, o pior da história da Grécia.

Destacaram no texto da sua moção de censura o que consideram ser "a perda total de confiança dos cidadãos no governo" de Mitsotakis, confortavelmente reeleito em 2023, apenas quatro meses após o desastre.

Muitos deputados da oposição descreveram o acidente que ocorreu perto de Tempé, no centro do país, como o "crime de Tempé".

Em Atenas, entre quarta e sexta-feira, milhares de manifestantes juntaram-se para mostrar o seu descontentamento.

Poucas horas antes da votação da moção de censura, mais de 3.000 estudantes e estudantes, segundo a polícia, manifestaram-se na sexta-feira no centro de Atenas.

Na passada sexta-feira, segundo aniversário do desastre ferroviário, uma das maiores manifestações na Grécia desde o início da crise financeira juntou mais de 300 mil pessoas em todo o país.

À colisão frontal entre um comboio de passageiros e um comboio de mercadorias na linha entre Atenas e Salónica (norte) seguiu-se um grande incêndio, cujas causas não foram esclarecidas, alimentando a polémica.

Acredita-se que "um combustível desconhecido" seja a causa da "enorme bola de fogo" que matou vários sobreviventes após a colisão, de acordo com um relatório especializado recentemente publicado.

Uma comissão parlamentar, criada na quarta-feira, vai investigar a eventual responsabilidade criminal de um antigo conselheiro próximo do primeiro-ministro acusado de autorizar a rápida limpeza do local do acidente, levando à perda de provas essenciais à justiça.

Um total de 40 pessoas foram acusadas até ao momento, mas nenhuma foi julgada.

Nenhum político sénior foi questionado, alimentando o ressentimento popular num país onde a desconfiança em relação aos políticos já é elevada.

O acidente foi atribuído à fraca rede ferroviária e a erros do chefe da estação local, que foi acusado de "homicídio negligente".

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