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Quem observa as atitudes não se engana com as palavras

Aproveito a oportunidade que me é dada pelo D.N. para, encarecidamente, agradecer publicamente todas e cada uma das mensagens de pesar ,carinho e proximidade endereçadas à minha família, num dos piores momentos da nossa vida, aquando do falecimento do meu marido.

Agradeço, de igual modo, a todos os que estiveram no seu funeral e na missa de 7.° dia. Obrigada por não nos deixarem sós em horas tão amargas. O meu agradecimento é extensivo à Antena 1 Madeira e à RTP Madeira pela disponibilidade em ouvir e difundir o meu testemunho, relativamente ao insólito incidente ocorrido com o sepultamento do nosso familiar.

Todos temos consciência da nossa finitude, acho eu. Ninguém sabe como nem quando às vezes, acontece quando menos se espera. Todavia, o modo do nosso sepultamento é uma opção muito pessoal que deve ser respeitada pelos que nos sobrevivem. O meu marido escolheu ser cremado e eu e os meus filhos tudo fizemos para que o seu desejo fosse cumprido. Não contávamos com as incongruências que se seguiram e que ultrapassámos como apoio inexcedível da agência funerária contratualizada para o efeito, embora com muito sofrimento. Omito pormenores, porque ao meu testemunho (que foi tornado público) eu não acrescento nem tiro uma palavra, nem uma vírgula.

Reafirmo, veementemente, tudo o que disse e voltarei a dizê-lo todas as vezes que for preciso, porque uma verdade é dita sempre da mesma forma, ao contrário da mentira que conhece diversas versões.

Não esquecerei facilmente as horas angustiantes que passámos, criadas por irresponsabilidades ou irresponsáveis a que somos totalmente alheios. Há culpados por tão grave falha, mas não estão do nosso lado. Não se deturpe a verdade, fazendo passar uma imagem que não corresponde à realidade dos factos. A imprensa (rádio e televisão) não veiculou nenhuma notícia falsa, porque quem não deve, não teme, e não sou inconsciente para fazer afirmações gratuitas.

Pedir desculpa publicamente à família e a todos os outros envolvidos no processo era o mínimo que deveria ser feito. Percebo, porém, que fazê-lo seria assumir o erro cometido, o que numa manta já tão remendada até não faria muita diferença. A humildade e a nobreza de carácter, não são predicados que toquem a todos.

Nada agora vai alterar o que aconteceu connosco. Se a chamada de atenção impedir que mais alguém passe pelo mesmo, já não foi tudo perdido.

Peço a Deus que me ajude a manter a minha serenidade, lucidez e capacidade de reconhecer os meus erros, repará-los se possível, e pedir desculpa ou perdão pelos danos causados a terceiros, voluntária ou involuntariamente.

As atitudes das pessoas dizem tudo o que as palavras não são capazes de falar sobre elas.

Eu olho para as atitudes, dispenso as palavras.

Madalena Castro

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