Defesa de activista condenado por atingir Luís Montenegro com tinta vai recorrer
A defesa do ativista climático que foi hoje condenado por ter estragado com tinta, em 2024, a roupa de Luís Montenegro e de uma fotógrafa do CDS vai recorrer da sentença, anunciou a advogada do arguido.
"Vamos recorrer", assegurou Carmo Afonso à saída do Tribunal Local de Pequena Criminalidade de Lisboa.
O estudante universitário, de 19 anos, foi condenado a pagar 1.600 euros de multa por dois crimes de dano e a indemnizar em 958 euros o atual primeiro-ministro e em 527, mais juros de mora, a fotógrafa que integrava a comitiva da Aliança Democrática (AD) visada, durante a campanha eleitoral para as Legislativas de março de 2024, pela ação do ativista da Greve Climática Estudantil.
A advogada adiantou que um dos motivos de recurso será a condenação por ter estragado o vestuário de Isabel Santiago.
"Não houve qualquer intenção da parte do arguido de atingir Isabel Santiago, que ele não conhecia de lado nenhum. E o arguido foi muito claro e transparente com o tribunal, no sentido de dizer que o objetivo era atingir Luís Montenegro. Atingir, não danificar-lhe o vestuário", explicou.
Carmo Afonso mostrou-se ainda surpreendida por Vicente Fernandes ter sido punido, no caso da indumentária do atual primeiro-ministro, apenas por dolo eventual (danificar sem ser esse o objetivo embora admitindo tal como possível).
"Acho que isso nos coloca numa ótima posição para o passo que vamos dar", considerou.
O mandatário de Isabel Santiago, João Pinheiro da Silva, classificou como exemplar a sentença do tribunal.
No Campus de Justiça de Lisboa, concentraram-se ainda cerca de uma dezena de pessoas em apoio ao jovem, a gritar que "lutar pelo clima não é crime".
"Estamos bastante inspirados por todo o apoio que recebemos por parte das pessoas", referiu, acrescentando que "agora podem ajudar diretamente com os custos" da multa.