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Regionais 2025 Madeira

Élvio Sousa alcançou a liderança da oposição com o JPP

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Foto ASPRESS

Élvio Sousa, o secretário-geral do JPP, alcançou no domingo o lugar de líder da oposição, que antes era assumido pelo PS, ao eleger 11 deputados nas regionais da Madeira, mais três do que os socialistas.

Quase dez anos depois da sua estreia em eleições regionais, em 2015, quando Miguel Albuquerque (PSD) foi eleito pela primeira vez presidente do Governo Regional, o JPP tornou-se a segunda força política com mais deputados no parlamento madeirense.

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Antes das eleições, Élvio Sousa assumiu como meta alcançar 33 mil votos e tem vindo a assegurar repetidamente que o partido "está pronto" e capacitado para ser governo.

Ainda no domingo à noite, reagindo aos resultados eleitorais provisórios, admitiu o cenário de um governo alternativo, embora não seja provável.

O PSD venceu sem maioria absoluta, elegendo 23 dos 24 deputados necessários, e o PS passou a ser a terceira força política, com oito eleitos. O Chega elegeu três deputados, o CDS-PP um e a IL um.

Élvio Sousa, que faz ginásio e corrida ao ar livre com regularidade, disse recentemente que "viu nas estrelas" que ia ser presidente do Governo Regional.

Arqueólogo de profissão e doutorado, é também licenciado em História e mestre em História Regional e Local pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, investigador do Centro de História de Aquém e de Além-Mar, da Universidade Nova de Lisboa, e está ligado ao projeto do Núcleo Histórico do Solar do Ribeirinho, em Machico.

Nascido em 19 de abril de 1973 (51 anos), Élvio Sousa foi, juntamente com o seu irmão Filipe Sousa, um dos fundadores, em 2008, de um grupo de eleitores designado Pelo Povo de Gaula, no concelho de Santa Cruz, que no ano seguinte passou a ser movimento de cidadãos Juntos Pelo Povo.

O agora líder da oposição madeirense começou na vida política regional ao ser eleito presidente da Junta de Freguesia de Gaula, em 2009.

Em 2013, o JPP ganhou a Câmara de Santa Cruz, afastando o PSD da liderança autárquica que detinha desde 1976. Dois anos depois, em 2015, tornou-se partido político e estreou-se em eleições regionais, tendo sido a grande surpresa da noite ao eleger cinco deputados.

Líder parlamentar do JPP na Assembleia Legislativa da Madeira, Élvio Sousa nunca militou noutro partido e foi sucessivamente eleito nos sufrágios de 2019, 2023 e 2024, assumindo que o JPP tem um "papel fiscalizador" da atuação do Governo Regional do PSD.

Nas eleições de 2019, o grupo parlamentar do JPP ficou reduzido a três elementos, mas passados quatro anos, nas regionais de 2023, recuperou os dois lugares perdidos, voltando a ter uma bancada com cinco deputados.

Nas regionais antecipadas de maio de 2024, o JPP reforçou a votação e obteve o seu melhor resultado até aquele momento, assegurando nove lugares, num universo de 47 no hemiciclo do parlamento madeirense, e tornando-se na terceira força partidária mais votada, depois de PSD (19 deputados) e PS (11 deputados).

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Após o sufrágio, o PS e o JPP apresentaram uma solução de governo conjunta ao representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto.

O juiz conselheiro não acolheu a solução, uma vez que os dois partidos somavam 20 deputados, aquém dos 24 necessários para a maioria absoluta, e indigitou Miguel Albuquerque como presidente do executivo, o vencedor do sufrágio, ainda que sem maioria.

Élvio Sousa acorda sempre por volta das cinco da manhã, faz praia todo o ano e quando não está nas lides partidárias e de contacto com a população gosta de aproveitar para estar com a família.

Casado, pai de duas filhas, gosta também de ler livros de filosofia e poesia, que lhe servem de inspiração para muitas das suas intervenções políticas, não deixando de parte os livros técnicos.

Ainda no domingo de manhã, depois de exercer o voto, apelou aos eleitores para "que não fiquem em casa" e citou o filósofo Jean-Paul Sartre para notar que "a ação do voto" contribui para melhorar o mundo.

Já à noite, depois de conhecidos os resultados, citou o Papa Francisco, dizendo: "Deus não põe a esperança nos grandes e poderosos, mas nos pequenos e esperançosos".

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