Pai
Quando em meu ombro sentia
O descansar da tua mão
A minha alma aquecia
Palpitava meu coração
Eu ainda não sabia
Que a vida era uma ilusão
Quando lado a lado contigo
Na tua mão me seguravas
Não importava, pai amigo
Para onde me levavas
Sentia-me protegido
Ao modo que me abraçavas
Fui crescendo ao teu lado
Mas tal qual um passarinho
Pela vida fui obrigado
Um dia, a deixar o ninho
Não te deixei abandonado
Mas ficaste sozinho
Sem pensar que irias partir
Veio o dia em que partiste
E um vazio no meu sentir
A vida me deixou triste
A veste de pai, quis vestir
Senti o que tu sentiste
José Miguel Alves