O perigo de uma Geringonça Total
Ao nível eleitoral as maiorias absolutas foram característica essencial de uma governação que, durante quarenta anos proporcionou ao PSD muitas vitórias.
Hoje, essa é uma questão que se coloca diariamente.
Em verdade hoje a quantidade de partidos que se apresentam a eleições pode ser parte da explicação.
Atente-se à mais recente necessidade de recorrer ao “Partido do Táxi“ no sentido de garantir uma estabilidade governativa.
Desde a sua parceria regional com o PSD que o CDS tem tido uma redução de eleitos. O “zigue zague” político deste partido que tem sido peça chave para formar governo, pode ser um “pau de dois bicos”, uma vez que quando está no poder diz ser o garante da estabilidade e quando não está, depressa passa a ser o partido que “vai com todos”.
Para além deste fenómeno, de uma direita que, em parte, não se entende, temos uma esquerda “sem rei nem roque”, que admite formar uma geringonça para governar.
A maior gravidade é a constatação do aumento do populismo em clima de desespero nos últimos dias de campanha, potenciado pelas sondagens publicadas e pelo discurso de ódio levado ao extremo.
Neste cenário, ou de facto temos uma maioria absoluta, ou perante este cenário de proto geringonça, em que os egos colidem, existe forte possibilidade em ter ainda mais instabilidade do que atualmente.
A decisão está nos eleitores e na sua capacidade de leitura deste cenário político pouco pacifista.
A bem dos madeirenses e porto-santenses, que a democracia funcione na plenitude e com elevação.
António Pedro de Jesus Nunes de Freitas
Sociólogo/Político/Analista Político