Machico: Obras Eternamente Adiadas
Em Machico e, ano após ano, assistimos ao mesmo cenário: promessas repetidas, projetos anunciados com pompa e circunstância, mas que nunca saem do papel. O exemplo mais gritante é o Forte de São João Baptista, um património histórico que continua a degradar-se diante dos nossos olhos. Foi falado para ser um hotel, mas nada acontece. O tempo passa, as eleições vêm e vão, e o forte mantém-se ao abandono, esquecido pelo Governo Regional.
Mas esta não é a única promessa por cumprir. Esperamos pela construção do acesso à via-rápida junto ao Parque Desportivo, assim como pela ligação da Estrada Regional 207 ao Caminho do Lugarinho, em Água de Pena. A ciclovia na Estrada da Ponta de São Lourenço Continua por fazer. O mesmo acontece com a ligação da Rua da Igreja Velha à Rua da Palmeira, no Caniçal, e com a reativação do Complexo Náutico da Ribeira de Natal.
Em Machico, a Rua Marginal junto à Ribeira ainda não saiu do papel, tal como a ligação da Rua do Piquinho à Rua da Torre. Também a ligação do Nó Norte ao Parque Empresarial continua esquecida, assim como a conclusão da Estrada João Paulo II, entre a Rua da Palmeira e o Caminho do Larano, que deveria ser concretizada através de um contrato-programa com o Governo Regional. A construção de um novo Pavilhão Gimnodesportivo em Machico e a prometida promenade até à Praia da Maiata, no Porto da Cruz, são mais dois exemplos de projetos anunciados, mas que nunca foram materializados.
A verdade é que já nos habituaram a promessas que não se cumprem. O abandono do Forte de São João Baptista e destas infraestruturas essenciais reflete a falta de visão e compromisso com Machico. A prova disso foi a visita recentemente ao Porto de Recreio de Machico para falar da sua reabilitação. Uma obra de 2022. Obra nova, zero. Já lá foi o tempo em que vésperas de eleições eram inaugurações e visitas a obras em execução. Não podemos aceitar mais desculpas ou anúncios vazios. Está na hora de exigir respeito, investimento real e obras concluídas, porque Machico merece muito mais do que promessas de campanha.
António Nóbrega