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Carta a quem quer olhar para todos

Já lá vai o tempo em que o poder vendia desdenhosamente a imagem do Arquipélago da Madeira, na penumbra do Portugal Insular.

O 25 de Abril, o tal golpe militar que o povo adotou como revolução quando se encavalitou nas Chaimites, deu asas ao tal arquipélago que voou como uma orgulhosa Autonomia. Esta, projetada para dignificar um povo que decide do seu próprio destino, sofreu as agruras de uma prova todo o terreno, em que os mais poderosos dão cartas perante um povo que aplaude à beira da estrada ou que arrisca o futuro empurrando as viaturas menos bem apetrechadas.

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O arquipélago, em perspetiva política, está de volta. Ou talvez tenha estado sempre presente.

Seguindo as tradicionais, mas não irreversíveis, leis do capitalismo, as direitas facilmente junto os trapinhos (de ouro) e quebram o isolamento do seu arquipélago político, estabelecendo oportunistas ligações entre si. Aprenderam a lição do “orgulhosamente sós”.

Mais à esquerda, ilhas e ilhéus desse mesmo arquipélago, tentam fortificar-se no seu próprio território e não constroem embarcações de diálogo entre si. Contudo, é sabido que as esquadras do poder naval defendem-se melhor, devido às diversas valências das suas unidades, do que os navios isolados.

Um bom comandante não é aquele que acumula medalhas, mas o que se empenha em unir forças para ter menos perdas e alcançar objetivos.

Do outro lado do mar, numa perspetiva atenta e com algum benefício dada pela distância, interrogo-me se não terá chegado a hora de manifestar aos eleitores a intenção de pôr uma Autonomia Para Todos como vincado e decisivo objetivo comum, sobrepondo-se aos legítimos, mas não prioritários parâmetros que cada partido elegeu para estas eleições.

Caso contrário, a Autonomia continuará o seu caminho a desoladas velocidades diferentes!

Roberto Figueiredo Robles

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