PUB
PUB

O PS do “bacalhau a pataco”

A Madeira precisava de melhores propostas do PS. Ao maior partido da Oposição exige-se um programa mais inovador, diferente do PSD e não apenas, como facilmente se constata ao ouvir/ler as principais medidas de Paulo Cafôfo, uma política de “bacalhau a pataco”.

Quer-se novidades, não cópias pseudo melhoradas.

Senão, vejamos:

O atual Governo criou um complemento solidário complementar para os idosos e dá x? O PS diz que dá y! Não avança com uma ideia nova, limita-se a sugerir o aumento da proposta, sem sequer fazer contas.

PUB

Um partido sugere a redução das propinas? O PS sugere as propinas gratuitas para todos, os que estudam cá e lá, novamente sem sequer fazer contas. E, ainda por cima, sem ter em conta que muitos desses jovens têm famílias que lhes podem pagar perfeitamente os estudos…

E quem diz para as propinas, pode dizer o mesmo para as creches. O PSD reduziu substancialmente o preço das creches e avançou com gratuitidade para os dois primeiros escalões da Ação Social (os das famílias com menos recursos). Cafôfo veio logo garantir creches gratuitas para todos. Mesmo para os que ganham muito? Não me parece lá muito “socialista” nem justo. Não será melhor que quem pode mesmo pague e que esse dinheiro possa ser utilizado para outro fim?

O Governo anunciou a construção da via rápida até à Calheta, com acesso aos Canhas. O PS veio logo dizer que também a fazia. Aqui, reconheço, a ideia não é nova, mas há claramente uma volta de 180 graus em que dizia que criticava a política de betão e que se mostrou contra a obra, quando a mesma foi anunciada.

Se queriam lançar uma grande obra não poderiam pensar, pelo menos, numa outra diferente. Porquê, por exemplo, não se pensar em um outro túnel para São Vicente ou uma ligação à Boaventura?

De diferente, até agora, apenas ouvi o metro para o Caniço. E, diga-se em abono de verdade, que não é propriamente novo: Manuel António Correia tinha já sugerido solução parecida.

Mas, atenção, não é bem um metro, é mais um estudo para ver se pode existir um metro…. Já parece o famoso “murro na mesa” eu iria trazer o ferry para a Madeira. Que, como se sabe, nunca cá chegou pelas mãos socialistas. Isto de se anunciar estudos dá, quase sempre, em nada.

Na Administração Pública, repetem argumentos de sempre (de rir quando dizem que não irão perseguir ninguém, como se ninguém se lembrasse do que fizeram quando chegaram à Câmara, com vários saneamentos e escolhas de seus apaniguados) e falam em aumentos e atualizações no SIADAP, já concretizadas por este Governo.

Nos impostos garante-se redução imediata de impostos, mas não explicam o essencial: Como é que irão reduzir os impostos, diminuir as receitas e aumentar as despesas? Como é que pagarão as suas promessas? Com os 800 e tal milhões que poderão vir das empresas da Zona Franca, os tais que não se sabe se chegarão e quando chegarão?!

PUB

Na Saúde, não se vê qualquer medida concreta. Promete-se reduzir listas de espera, aumentar as cirurgias, mas se o leitor passar os olhos pelo programa vê que são, na prática, as mesmas propostas do atual Governo, as mesmas que tanto criticam.

Depois, promete-se o regresso do gado às serras, de forma ordenada (o que é que se faz agora?), mas aos pastores garantem pastoreio livre. Em que ficamos?

Falam em acabar com o monopólio da banana, mas anos atrás, quando havia várias cooperativas pediam a intervenção do Governo Regional, em nome da defesa do produto e dos produtores. Querem que se volte atrás, às burlas nas cooperativas, aos atrasos nos pagamentos?

Na Habitação, as medidas também pouco ou nada trazem de novo. Falam no dinheiro das empresas da Zona Franca (para muito este dinheiro terá de dar….) para construir habitação e depois é mais do mesmo. Falam num programa Primeira Chave, que não é mais do que o Governo Regional já instituiu desde os anos 90, que é a chamada renda resolúvel. E, já agora, uma medida que não poderá ser concretizada em projetos PRR….

Aumentos, aumentos e aumentos para todos. Todos vão ganhar mais, garante o PS. Mas, como, questiono, se vai haver muito menos receitas? E como, questiono eu, se as promessas surgem como cogumelos vindos da terra.

Na prática, “muita parra, mas pouca uva”. E muita promessa a pataco. Prometer, de facto, não custa. Sobretudo quando se sabe que não se vai cumprir!

Ângelo Silva

Podcasts

×