A escolha é nossa. A consequência também
Numa época tão profícua em eleições, sejam de índole nacional, regional ou local, as campanhas eleitorais sucedem-se em catadupa. As nossas casas e as nossas caixas de correio são invadidas diariamente com todo o tipo de propaganda utilizada pelos partidos intervenientes.
A arrogância e a ignorância estão com elevada frequência presentes em campanha para eleições de cargos políticos e a ideia do vale tudo está cada vez mais intrincada na nossa sociedade. Recorre-se a aparências para mostrar uma perfeição inexistente, subestima-se o diálogo, mas conjuga-se no singular ou no plural o “eu quero, eu posso, eu é que sei”.
O povo é forte e simples, mas algum adormecimento de consciência condu-lo à indiferença e a uma pseudo-anestesia facilmente manipulável .É contra a manipulação que temos de encontrar um antídoto de liberdade. Privilegiando o medo e a ignorância nunca conseguiremos evoluir. A cegueira e a estupidez de muitos que, a qualquer custo, querem o poder conseguem tornar supérfluo o que deveria permanecer essencial. Exemplos desses não faltam na nossa praça. Mais e melhor informados seremos menos vulneráveis. As novas tecnologias representam um notável e indispensável progresso, mas não são imunes à manipulação informativa ,pois não há ferramentas eficientes na detecção de notícias/informações falsas.
Se não houver decência, ética e vergonha continuará a cultura de miséria moral a que nos foram habituando. É muita hipocrisia por metro quadrado. É inquestionável que candidatos sem perfil, credibilidade e experiência são potenciais protagonistas de fracassos, de inconseguimentos e de decisões coxas. A escolha não é desconhecer, mas entender para mudar, pese embora exprimir e assumir opiniões que não alinhem com as dos que se consideram os correctos é mais do que meio caminho andado para o insulto, a denúncia e o ostracismo. (Eu que o diga).
Como popularmente se diz, “à primeira cai qualquer um, à segunda cai quem quer e à terceira quem é burro”.
Pois, que cada qual possa decidir em consciência e livremente (sem pressões, chantagem e ameaças veladas) pela opção que entender mais oportuna, nunca esquecendo que é parte de um todo e que do seu contributo pode depender o futuro colectivo.
Porque a escolha é nossa, mas a consequência também.
Madalena Castro