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Regionais 2025 Madeira

Reserva agrícola para proteger o futuro

Foto Helder Santos/Aspress
Foto Helder Santos/Aspress

A coligação Força Madeira esteve hoje no Estreito de Câmara de Lobos para passar a mensagem de que irá defender, no Parlamento regional a criação de uma reserva agrícola como forma de proteger o futuro de um património que está em risco, os poios que dão guarida a muitas culturas, entre as quais as vinhas e as bananeiras.

De acordo com a cabeça-de-lista da candidatura às eleições legislativas regionais de 23 de Março, disse que é importante que a população da Madeira e do Porto Santo perceberem que devemos organizar "o território e deixarmos alguma coisa para as gerações vindouras e não destruirmos tudo à nossa passagem".

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Numa das "mais emblemáticas e conhecidas" freguesias da Madeira, "por ser o ex-libris do Vinho Madeira", disse, "é aqui que se produz a melhor uva para o Vinho Madeira. Mas, agora, com a pressão urbanística, com a necessidade de se construir casas, os melhores terrenos para a prática da agricultura estão a ser alvo dos interesses imobiliários. E, infelizmente, se nós não criarmos medidas para proteger os melhores terrenos para a agricultura, corremos o risco de no futuro ter que fazer o Vinho Madeira com a uva que vem de fora", constatou.

E acrescentou: "Porque, de facto, o que nós já estamos a ver aqui no Estreito de Câmara de Lobos, os socalcos verdejantes, outrora com vinha e bananeira, têm sido substituídos por blocos de apartamentos, casas geminadas em locais que deviam ser protegidos por serem a imagem de marca da Madeira. Nós temos o Vinho Madeira que é conhecido no mundo inteiro e corremos o risco de isto desaparecer, porque a prática da agricultura é dura, nem sempre é rentável, os agricultores não são devidamente subsidiados e apoiados e isso leva a que as pessoas abandonem os terrenos, leva a que as pessoas se desmoralizem e acabem por vender os terrenos para a construção de habitação de blocos de apartamentos."

Temendo que o Estreito, "infelizmente, corra o risco de se tornar um segundo Caniço", devido a "uma construção desordenada, blocos de apartamentos no meio de latadas de vinhas, no meio de bananeiras" e, por isso, Raquel Coelho defende que, na Assembleia Legislativa da Madeira precisamos criar medidas específicas para proteger este ex-libris da Região Autónoma da Madeira. E precisamos de duas coisas muito simples. Uma das duas coisas que precisamos fazer é criar reserva agrícola."

E explica a proposta: "Esta zona precisa de ser uma zona de reserva agrícola, pelas suas potencialidades para a agricultura, para o Vinho Madeira e precisamos de criar subsídios e apoios para que os agricultores mantenham em actividade, para que mantenham o Vinho Madeira vivo, para que mantenham a agricultura viva."

A coligação que junta PTP, MPT e RIR sabe "que pelos condicionantes do terreno na Madeira, a orografia, a prática da agricultura é de facto muito difícil, muito dura e só com o apoio do Estado e da Região e da União Europeia é que nós podemos, de facto, manter as nossas tradições", reconhece Raquel Coelho.

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E ainda deixa "um apelo muito significativo", disse, especificando: "Nós não podemos destruir tudo à nossa passagem. Nós corremos o risco de os nossos netos, no futuro, não saberem o que é um socalco verdejante, não saberem o que é um socalco de vinha, porque vai estar tudo cultivado, mas é com mamarrachos e urbanizações. Nós precisamos de construir habitações, mas temos que ter zonas bem delineadas no nosso território, que é muito curto e, por essa razão, tem que ser melhor administrado. Temos que ter zonas urbanizadas e temos que ter zonas rurais para a prática da agricultura."

E, conclui, reforçando que "é isso que a coligação Força Madeira pretende ter aqui no Estreito Câmara de Lobos, zonas específicas para a prática da agricultura, para a prática do Vinho Madeira, para nós mantermos esta paisagem, este postal para o mundo, para as gerações vindouras, para os nossos netos".

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