Livre diz que Madeira vive crise habitacional sem precedentes
A cabeça de lista do Livre às eleições na Madeira, Marta Sofia, considerou hoje que a região vive uma crise de habitação sem precedentes e defendeu um plano de emergência para dar respostas às necessidades da população.
"Julgo que os governantes e partidos têm de insistir nesta ideia de que estamos numa crise habitacional sem precedentes e precisamos de um plano de emergência",disse a candidata à agência Lusa no âmbito da iniciativa da campanha para as eleições regionais antecipadas na Madeira que se realizam em 23 de março.
A candidatura do Livre deslocou-se hoje à freguesia do Caniço, no concelho de Santa Cruz, onde auscultou os problemas da população, sobretudo na área da habitação, um dos quais foi o relato de um casal de pensionistas que vai ser despejado porque o senhorio pretende transformar a sua casa em alojamento local.
Para a candidata, além do problema do aumento do alojamento local, também é preciso combater o da especulação imobiliária e é necessário um maior controlo daqueles setores.
Segundo Marta Sofia, "há provas de que o controlo do alojamento local e o controlo da especulação imobiliária resolveram problemas em regiões e deram fruto a que houvesse habitação acessível àqueles residentes".
"O Livre tem várias propostas e vamos continuar a apostar no que é essencial para as pessoas poderem viver cá e terem uma vida digna e habitação", sustentou, destacando a importância de criação de um fundo de emergência para pessoas em iminência de despejo.
Marta Sofia apontou que uma das "uma das grandes queixas" feitas pela população é "a inexistência de habitação pública, não só no Caniço, mas em todo o concelho, adiantando que o partido vai "continuar a batalhar nesta proposta de alcançar 10% de habitação social nos próximos cinco anos".
A necessidade de um inventário do património regional com capacidade habitacional para que tenham fins de habitação para jovens estudantes e empregados, com rendas consonantes com os seus rendimentos é outra das medidas preconizadas pelo Livre.
A candidata ainda falou do alargamento do arrendamento público, a preços compatíveis com os rendimentos da população da região, vincando ser "insustentável a forma como isto está", as casas a preços inacessíveis para os salários que os madeirenses recebem.
"É importante continuarmos a investir em políticas robustas para a habitação publica, para habitação acessível e cooperativa", reforçou.
Tendo como preocupação os jovens, Marta Sofia defendeu o "alargamento dos programas públicos que existem ao arrendamento de casa para jovens, aumentando as verbas disponíveis do valor da renda e o tempo de apoio para o mínimo de 36 meses".
"Vamos continuar nesta luta para que se possa resolver as carências habitacionais", enfatizou, vincando que "a habitação não pode ser um luxo, a habitação é um direito e está na altura de os governantes perceberem".
Marta Sofia ainda referiu que aproveitou a iniciativa para falar sobre o Estatuto do Pensionista com os mais idosos, "que inclui uma garantia do rendimento mínimo adequado, mas também à agilização do atendimento nos serviços públicos, com prioridade à habitação social, tarifa social da água e à proteção social".
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).