BE-Madeira propõe regime de incompatibilidades para combater corrupção
O Bloco de Esquerda da Madeira (BE-Madeira) realizou hoje uma acção de campanha junto à Assembleia Legislativa Regional, onde o cabeça-de-lista às eleições de 23 de Março, Roberto Almada, defendeu medidas concretas para "acabar com a corrupção entre a política e os negócios".
"É preciso acabar com a corrupção, é preciso acabar com tudo aquilo que tem existido de mau entre a política e os negócios, os negócios mal explicados, os negócios que favorecem aqueles que efetivamente cresceram à sombra deste regime", afirmou Roberto Almada.
O candidato bloquista lembrou que o partido vai a eleições num contexto em que metade dos membros do governo regional são arguidos e suspeitos de alegada corrupção, com muitos dos actos sob investigação envolvendo relações entre detentores de cargos políticos e empresários da Região.
Para o BE-Madeira, a solução passa por um regime de incompatibilidades e impedimentos que abranja todos os titulares de cargos políticos da Região Autónoma da Madeira. Roberto Almada considera inaceitável que continuem a existir deputados que "votam leis num dia que no dia seguinte os vai beneficiar enquanto empresários ou enquanto detentores de muitos dos negócios com o governo".
O candidato criticou o PSD por ter "muita culpa" na recusa em aprovar este regime, que considera "uma questão fundamental para evitar a corrupção e evitar a promiscuidade entre a política e os negócios".
Roberto Almada garantiu que, caso eleito para o parlamento madeirense, o BE-Madeira avançará com uma proposta de revisão do Estatuto Político e Administrativo para assegurar que o regime de incompatibilidades e impedimentos já existente a nível nacional seja estendido aos titulares de cargos políticos na Região.
"Só assim podemos acabar com a corrupção, combater esta nuvem negra que paira sobre a nossa região e garantir que os políticos não continuam a ter situações pouco claras e que nada dignifiquem a nossa região e a política propriamente dita", concluiu.