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A folia eleitoral

Terminada a folia carnavalesca, vem aí a folia eleitoral.

Vem ou devia vir, já que, ao contrário do que devia acontecer, a alegria, o entusiasmo, o interesse de chegar ao dia do ato eleitoral, sinceramente, não vemos, não sentimos e, algo nos diz, que a maioria das pessoas não desejam.

É pena, é triste é frustrante, mas não é surpreendente.

Infelizmente, um ato eleitoral é quase um pesadelo, não só para a maioria dos madeirenses, como dos portugueses em geral e, ao que parece, por esse mundo fora.

O que no fundo é compreensível e perfeitamente natural.

A política - que nunca foi flor que se cheirasse – bateu no fundo, no que diz respeito à ética, aos valores que devia representar, à dignidade e, pior ainda, à seriedade e honestidade que aos seus principais intérpretes devia obrigatoriamente dizer respeito.

Daí o facto das últimas eleições efetuadas – um pouco por todo o lado – levar ao PODER ditadorezinhos pela mão dos votos, quando, antigamente, só atingiam esse fim, através de revoluções ou golpes de estado.

Para não recuar muito no tempo, diríamos que, começando na Venezuela com o Chavez e acabando (por enquanto) na incrível eleição de Trump nos E.U.A., vejamos quantos já foram eleitos – quer à direita ou à esquerda - através das eleições.

Eleições que, já não representam um valor da democracia, mas uma via aberta para se instalarem os novos ditadores ou manter nos “tachos” bandos de incompetentes disfarçados de democratas ou socialistas que estão a prejudicar os seus Países, a matar o presente dos adultos e hipotecar o futuro das suas camadas mais jovens.

Em Portugal – continente e regiões autónomas - a falta de cultura democrática aliada à ânsia desenfreada pelo PODER, impede-nos de governar em minoria e tudo serve para deitar abaixo os governos, sejam por suspeitas ou algo comprovado.

Daí, logicamente, as eleições - excetuando os verdadeiros interessados, familiares e amigos mais próximos - perderam para os eleitores em geral todo o significado, todo o seu interesse, pois cada vez são mais os cidadãos que não confiam nos que governam, nem nos que se preparam para governar.

Os votos nulos e as abstenções atestam esta realidade e os votos dispersos pelos vários partidos são, em parte, e a nosso ver, votos de simpatia, de consolação, dos eleitores generosos que na sua boa fé julgam estar a contribuir para um maior equilíbrio de forças no seio das respetivas Assembleias, que viesse a proporcionar uma governação mais cuidada, mais responsável por estar mais vigiada.

Só que não é isso que tem acontecido, antes pelo contrário, instala-se uma onda de conflitos de interesses, onde todos querem governar e à mais pequena oportunidade provocam as quedas dos governos, consequentes eleições antecipadas, para depois tudo ficar na mesma e o “circo” continuar.

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Ainda vai chegar o dia que, para ocupar determinados cargos, onde estejam em causa os interesses do País e a vida e bem-estar das suas populações, o cidadão para além de apresentar o currículo que contém as suas habilitações literárias, vai lhe ser exigido um certificado de experiência de vida, de conhecimentos e comportamentos gerais, tal como o cadastro criminal.

E ainda assim... olho neles e nelas!

Juvenal Pereira

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