Força Madeira quer mudança e confia na eleição ao parlamento regional
A presidente do partido Reagir, Incluir, Reciclar (RIR), Márcia Henriques, sublinhou hoje a necessidade de uma mudança na governação da Madeira e afirmou-se confiante na possibilidade de a coligação Força Madeira eleger nas legislativas regionais antecipadas.
A Força Madeira (PTP/MPT/RIR) esteve hoje em frente ao Palácio da Justiça do Funchal, no âmbito da campanha eleitoral para as eleições de 23 de março, como forma de simbolizar que a justiça "é o pilar do sistema democrático" e para recordar que o sufrágio é marcado por um cabeça de lista do PSD e atual presidente do executivo regional que é arguido num processo sobre suspeitas de corrupção.
"Os políticos têm de ter consciência de que são eleitos para representar os cidadãos, para servir a causa pública e não para se servirem, o que infelizmente começa a ser a normalidade", defendeu Márcia Henriques, em declarações à agência Lusa.
Apesar de reconhecer que o estatuto de arguido não impede o exercício de funções públicas, a dirigente sublinhou haver "fortes indícios" contra Miguel Albuquerque, que "não larga o lugar porque a imunidade vale muito".
"Portanto, há que ter coragem, e ele devia ser o primeiro, moralmente, a fazer um reparo de consciência e afastar-se", afirmou, defendendo que era o que "todos os políticos deveriam fazer".
"Infelizmente assim não é e, portanto, eu acho que eleições têm de existir nestes casos. Acho muito bem que tenham votado nesse sentido porque o povo tem de ser chamado a dizer o que quer e o que pretende para o futuro", disse.
A Força Madeira, encabeçada por Raquel Coelho, do PTP, junta três partidos que "acabaram por se juntar, esquecendo as diferenças que tinham, com um objetivo maior de poder chegar à assembleia" do arquipélago para "mudar alguma coisa, ter um discurso diferente, porque realmente há necessidade dessa mudança".
"O nosso objetivo é eleger e há fortes probabilidades. Nós fizemos uma análise simples, matemática, e se somarmos os votos dos três partidos nas últimas eleições, estamos muito perto de eleger", apontou Márcia Henriques.
Estas legislativas, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
Após as eleições do ano passado, também antecipadas, o PSD fez um acordo de incidência parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para a maioria absoluta.