DNOTICIAS.PT
PUB
PUB
Regionais 2025 Madeira

JPP classifica de “desastre absoluto” agravamento das altas problemáticas

None

O Juntos Pelo Povo (JPP) classifica de “desastre absoluto” o agravamento das altas problemáticas e o número de doentes espalhados pelos corredores do Serviço de Urgências, dois exemplos que são “a maior prova do enorme falhanço da política de saúde dos governos de Miguel Albuquerque e Pedro Ramos”.

A deputada e 6.ª na lista do JPP às eleições regionais antecipadas de 23 de Março para a Assembleia Legislativa Regional (ALRAM), Patrícia Spínola, diz que a actualização dos dados revelados esta segunda-feira pelo director clínico ao DIÁRIO, confirmam que “o agravamento do número de pessoas com alta clínica desmentem a propaganda barata de Miguel Albuquerque e do secretário regional da Saúde, Pedro Ramos”.

PUB

Numa acção de campanha junto ao Hospital Dr. Nélio Mendonça, a parlamentar deixou claro que com um governo JPP “a saúde será sempre a prioridade das prioridades”, revelou que o partido não tem ilusões sobre o trabalho que é preciso empreender e afirmou-se consciente de que “o estado da saúde é tão grave que só refundando e reorganizando o serviço de saúde da Região será possível devolver confiança à população, dignificar os médicos, os enfermeiros, os técnicos de diagnóstico e o pessoal auxiliar para sermos capazes de oferecer serviços de saúde com eficiência, qualidade, a tempo e horas”.

De acordo com o director clínico do Serviço de Saúde da Região (SESARAM), o médico Júlio Nóbrega, estão ocupadas 251 camas de enfermaria de adultos (a pediatria e os cuidados intensivos estão fora desta estatística) das 639 existentes nos dois principais hospitais da Região – Dr. Nélio Mendonça e Hospital dos Marmeleiros. É o equivalente a 40% do total das camas.

As 251 camas estão ocupados por doentes com comorbilidade e várias doenças crónicas, que precisam de tratamentos adequados, mas não são doentes de hospital.

Patrícia Spínola pega nestes dados mais recentes e compara-os com os que foram referidos pelo último secretário regional da Saúde, Francisco Jardim Ramos, da era jardinista, em Março de 2015, dois meses antes de Miguel Albuquerque assumir a liderança do Governo. De acordo com o então secretário regional existiam 150 altas problemáticas em março de 2015. 

“Como se observa, com os governos de Miguel Albuquerque as altas problemáticas subiram mais do dobro, é o fracasso total”, sublinha a candidata, para quem a explicação "deste logro é simples: uma política de saúde excessivamente politizada e governamentalizada; 10 anos sem construir um único lar, ou novas unidades de cuidados diferenciados; completa falta de sintonia entre as secretarias da saúde, da inclusão e o instituto da segurança social da Madeira".

“O JPP tem no seu programa de governo a questão da saúde muito bem definida”, ressalta a candidata. “Não basta a propaganda de que são feitas 50 cirurgias por dia, porque se calhar são precisas 100 para cumprir os tempos máximos garantidos. É preciso refundar a saúde; mais médicos e enfermeiros valorizados e não esgotados; abrir concursos para os enfermeiros especialistas; dignificar os técnicos de diagnóstico e os quadros auxiliares; colocar nos serviços equipas novas, motivadas e transformadoras; acabar com os ciclos governativos, acrescentou. 

PUB

Quanto ao problema das altas problemáticas, Patrícia Spínola fez saber que um governo JPP pretende criar uma rede de unidades de cuidados continuados a partir de edifícios e escolas públicas desativados, construir novos lares e aumentar a oferta de camas nalgumas das instituições que prestam este serviço.

A candidata deixou uma advertência: “Estamos aqui, de propósito, junto ao Hospital Dr. Nélio Mendonça, precisamente para dizer que este edifício é uma das soluções para resolver as altas problemáticas e instalar cuidados diferenciados”, sublinhou. “É um edifício com camas suficientes e capacidade para salas de reabilitação, atividades de promoção da saúde, do envelhecimento e de convívio, portanto, com um governo JPP sabemos já o futuro deste edifício quando deixar de ser hospital, com o PSD há um manto de secretismo e nós bem sabemos que são muitos os interesses", acrescentou. 

Como é possível que, pelo menos nos últimos 10 anos, não tenha existido um trabalho conjunto entre a Saúde, a Segurança Social e as autarquias locais para a resolução desta problemática?” Patrícia Spínola

Diz ainda que "pelo menos 251 das 639 camas de enfermaria de adultos dos dois principais hospitais públicos da Região – o Hospital Dr. Nélio Mendonça e o Hospital dos Marmeleiros – estão ocupadas com doentes que não têm indicação para internamento numa unidade de saúde diferenciada. Pelo menos 251 das 639 camas de enfermaria de adultos dos dois principais hospitais públicos da Região – o Hospital Dr. Nélio Mendonça e o Hospital dos Marmeleiros – estão ocupadas com doentes que não têm indicação para internamento numa unidade de saúde diferenciada". 

Júlio Nóbrega, ao DIÁRIO, reconhece que as altas clínicas continuam a limitar a capacidade de resposta dos Serviços de Saúde, notando que cerca de 40% das camas de enfermaria de adultos estão, neste momento, ocupadas por utentes que não têm indicação clínica para internamento, situação que limita a capacidade de resposta dos serviços, complicando, por vezes, a situação no Serviço de Urgência, onde, permanecem internados a aguardar cama em enfermaria entre 15 a 20 doentes.

Quase 40% das camas do hospital ocupadas por ‘altas problemáticas’

O SESARAM tem 321 pessoas com alta clínica a ocupar uma das suas camas. Destas, 251 estão nos hospitais Dr. Nélio Mendonça e dos Marmeleiros. Os números foram actualizados esta segunda-feira, ao DIÁRIO, pelo director clínico do SESARAM

Podcasts

×