E como se faz para sobreviver?
O pior tinha ficado no hospital e nas tardes de quimioterapia, mas o espelho continuava a devolver-me a imagem de uma pessoa diferente da jovem a quem, um ano antes, haviam dito que era cancro. Faltava-lhe o cabelo liso e comprido, o optimismo e a esperança cega no futuro para ser eu, a rapariga que acreditou sempre que era possível passar por aquele calvário de tratamentos e exames. E parecia simples e fácil, era só seguir as recomendações, evitar o sol e os banhos de mar, o álcool e os cigarros, prescindir das férias e das viagens de avião. O que fiz sem me desviar, fazendo-me forte para enganar o medo.
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