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Regionais 2025 Madeira

Paulo Raimundo exige "trabalho com direitos e acesso à habitação digna" na Madeira

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A CDU promoveu, esta tarde, no centro da cidade do Funchal, uma 'Tribuna Pública' sobre o direito à habitação e que contou com a participação do secretário geral do PCP, Paulo Raimundo.

Na oportunidade, o dirigente nacional começou por referir que "o acesso à habitação ganhou dimensões dramáticas em grande medida porque é um sector que esteve e está, por vontade dos governantes, e continuará nas mãos do chamado 'mercado'", sublinhando que "mercado, essa palavra que traduzindo se resume à banca e aos fundos imobiliários".

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Paulo Raimundo apontou "o exemplo da banca" com "18 milhões de euros de lucros por dia", acrescentando que esse valor daria "para construir 100 casas por dia, tendo como referencia os preços de construção do próprio Governo Regional da Madeira".

"Se a banca abdicasse de um dia dos seus lucros podiam ser entregues 450 euros nesse dia a cada uma das crianças que vive e cresce na Madeira", acrescentou no seu discurso na Rua Dr. Fernão de Ornelas.

"Mas se este é um problema nacional, aqui na Região Autónoma da Madeira e, desde logo, aqui no Funchal, assume dimensões particulares e ainda mais expressivas. É que o Funchal está no top da habitação mais cara no País, com as casas mais caras, as rendas mais altas, mas está também no pódio dos baixos salários e da precariedade", disse ainda Paulo Raimundo.

"Quando se juntam especulação com preços da habitação altíssimos, com salários baixos e insegurança de trabalho, o resultado só pode ser milhares de famílias, mais de 6 mil à espera de casa; milhares e milhares a viverem em condições muito difíceis e indignas; casas que aqueles que cá vivem e trabalham não conseguem comprar ou arrendar; casas e habitações que estão a ser adquiridas quer pelos fundos imobiliários, que as voltam a negociar sempre mais e mais caras, ou então que sobram para os tais vistos gold e para os chamados residentes não habituais, que tal como o nome indica, cá vêm de vez em quando", acrescentou o dirigente comunista.

"A Madeira precisa do turismo, os madeirenses recebem bem e têm gosto nisso, mas não é possível que os que cá vivem e trabalham não tenham as condições dignas para cá viverem. E para isso precisam de ter acesso à habitação. Precisam de direitos, estabilidade e salários para cá trabalharem", disse Paulo Raimundo, complementando: "Trabalho com direitos, acesso à habitação digna, será que é pedir de mais? Não é pedir de mais, é pedir o mínimo".

"De PSD, CDS, Chega, IL, PS e outros que se aparentam, todos a puxar por conflitos pessoais para esconder as cumplicidades e semelhanças políticas, todos a querer discutir o acessório para passar ao lado da resolução dos problemas das pessoas, de todos estes que transformaram a Assembleia Legislativa Regional numa montra de vaidades. Disputas onde ficou evidente que faltaram adultos na sala, e não houve a voz, a vida, a realidade, o dia-a-dia do povo e dos trabalhadores", prosseguiu mais à frente Paulo Raimundo, sustentando que "esses madeirenses e porto-santenses sabem o que tiveram todos estes anos, e de forma clara nos últimos meses, mas também com quem contam e contam sempre".

"As 6 mil famílias à espera de habitação sabem que contam com a CDU, para lhes dar voz, para lhes dar animo, para com elas exigir esse direito. Os trabalhadores, os que põem a Região Autónoma a funcionar com o seu esforço físico e intelectual, sabem que lá estivemos, cá estamos e queremos estar em melhores condições para com eles lutar por estabilidade, salários, respeito. As populações da Região sabem quem lá esteve e está, e mesmo que em piores condições de intervenção, não faltou, não desertou, não abandonou", vincou Paulo Raimundo, sentenciando que "as eleições que aí estão são uma grande oportunidade para o povo da Região, uma oportunidade para exigirem o que é seu por direito, trabalho digno, salários, respostas para as crianças, mais e melhores transportes, uma vida melhor, acesso ao direito que têm à habitação".

"Uns vão-se vitimizar, outros vender as promessas habituais, outros vão gritar para se fazerem ouvir, e no meio de tanta encenação aqui está a CDU para recolocar na Assembleia Regional a vida os problemas e as soluções", expressou ainda o dirigente comunista.

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