Ramos acusa presidente da 'Liga Contra o Cancro' de misturar saúde com política partidária
Em causa recente entrevista ao DIÁRIO onde Ricardo Sousa mostrou-se revoltado com a escolha e prioridades de Miguel Albuquerque
Pedro Ramos, secretário regional da Saúde, acusa Ricardo Sousa, presidente do Núcleo Regional da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NR-LPCC), de misturar saúde com outros interesses partidários. Em causa a recente entrevista de Ricardo Sousa ao DIÁRIO onde o também militante do PSD e apoiante de Manuel António Correia, manifestou-se revoltado com a escolha e prioridades do Governo de Miguel Albuquerque.
Esta tarde, à margem da cerimónia de entrega de duas ambulâncias para transporte de doentes não urgentes, Pedro Ramos foi confrontado com as críticas dirigidas ao SESARAM, nomeadamente pela falta de medicamentos e em particular na área da oncologia. O alvo da resposta foi Ricardo Sousa ao declarar: “Se olharmos por aquilo que têm sido as intervenções do responsável pelo NR-LPCC, ele fala de medicamentos, depois também fala de candidatos, depois fala de outras pessoas, portanto, não é bem da saúde que ele está a falar”, concluiu.
‘“Não pode faltar medicação” para doentes oncológicos’ foi o título da entrevista de Ricardo Sousa ao DIÁRIO, com várias críticas dirigidas ao Governo de Miguel Albuquerque.
Sobre as críticas vindos de outros quadrantes, Pedro Ramos desdramatiza, ao assegurar que “o Governo Regional não fica longe de soluções que têm que ser encontradas”. Fala por isso de “aproveitamento político”, por entender que a saúde na Madeira “está a dar melhor resposta”, inclusive aos açorianos, e longe dos problemas com o SNS, no continente.
Aponta por isso o dedo ais “protagonistas que visitam todas as entidades, sejam elas públicas ou privadas, e aproveitam a ocasião para falar da falta de medicamentos. Portanto, se houver 100 instituições, nós vamos ter 100 dias a dizer que faltam medicamentos, quando os medicamentos já não estão a faltar porque já estão cabimentados”, rebateu.
Oportunidade para confessar que na saúde o que mais preocupa o governante é o desperdício.
“O investimento na área do medicamento não me preocupa, por que as pessoas têm que ser tratadas. O que me preocupa é o desperdício na área do medicamento”. Justifica a preocupação com os dados mais recentes que apontam para 26 toneladas de medicamentos inutilizados em apenas ano e meio. Foram 17 toneladas no ano de 2023, mais 9 toneladas no primeiro semestre de 2024.
“Temos que pensar que a sustentabilidade do sistema depende da forma como nós usamos o próprio sistema”, conclui.