DNOTICIAS.PT
PUB
PUB
A Guerra Mundo

Zelensky garante trabalhar para "paz justa e duradoura"

None
Foto EPA

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu hoje trabalhar para uma "paz justa e duradoura" no seu país, no final de uma visita aos Estados Unidos marcada por uma discussão pública com o anfitrião Donald Trump e o vice-presidente deste.

Zelensky deixou hoje a Casa Branca sem assinar o acordo sobre exploração de minerais estratégicos da Ucrânia que era exigido pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, que na semana passada se referiu o homólogo ucraniano como "ditador" e "comediante de segunda".

No início de uma reunião na Sala Oval da Casa Branca, numa parte aberta à comunicação social, Trump e o seu vice-Presidente, JD Vance, acusaram o líder ucraniano de ser "desrespeitoso", enquanto Zelensky pedia compromissos de segurança de Washington no âmbito da paz em negociação com a Rússia.

Após o cancelamento da conferência de imprensa final, Zelensky recorreu à rede social X para agradecer aos Estados Unidos pelo apoio e pela visita, particularizando agradecimentos ao Presidente norte-americano, o Congresso e "o povo americano".

"A Ucrânia precisa de uma paz justa e duradoura, e estamos a trabalhar exatamente para isso", publicou o Presidente ucraniano, cujo país se debate há três anos com uma invasão russa.

Trump recebeu hoje Zelensky na Casa Branca para assinarem um acordo para exploração conjunta de minerais ucranianos, tal como exigido pelo Presidente norte-americano como compensação pela ajuda militar e financeira prestada nos últimos três anos, desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

A Ucrânia tem no seu solo minerais essenciais que os Estados Unidos cobiçam.

Contudo, após 30 minutos de declarações à imprensa na Sala Oval da Casa Branca, a conversa ficou extremamente tensa, quando o Presidente norte-americano disse que Zelensky não estava em posição de ditar condições relacionadas com a guerra.

"Senhor Presidente, com todo o respeito, acho desrespeitoso da sua parte vir à Sala Oval para tentar litigar isso frente à imprensa americana", começou JD Vance, dirigindo-se a Zelensky.

O líder ucraninao tentou responder, o que levou Trump a levantar a voz e a dizer que seria "muito difícil" negociar com Zelensky.

Afirmou ainda que o líder ucraniano deveria ser "grato" após ter-se colocado "numa posição muito má" e assegurou que não tinha "as cartas na mão".

Depois da reunião sem precedentes, a Casa Branca indicou que a prevista conferência de imprensa conjunta entre os dois líderes estava agora cancelada.

Zelensky deixou a Casa Branca prematuramente após o confronto com Trump, tendo também sido cancelado o almoço entre as duas delegações.

PUB
Advertisement

Na sequência, Donald Trump anunciou nas redes sociais que não continuará as negociações com o seu homólogo ucraniano após esta tensa conversa na Casa Branca e disse que Volodymyr Zelensky poderá regressar a Washington quando "estiver pronto para a paz".

"Tivemos uma reunião muito significativa na Casa Branca hoje. [...] É incrível o que sai através da emoção, e eu determinei que o Presidente Zelensky não está pronto para a paz se a América estiver envolvida, porque ele sente que o nosso envolvimento lhe dá uma grande vantagem nas negociações", escreveu Trump na rede social Truth Social.

"Eu não quero vantagem, eu quero paz. Ele desrespeitou os Estados Unidos da América na seu querida Sala Oval. Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz", concluiu.

As relações entre Washington e Kiev já estavam num momento particularmente tenso depois de Trump ter surpreendido a Europa e a Ucrânia ao anunciar, em 12 de fevereiro, que havia falado por telefone com Vladimir Putin e chegado a um acordo com Moscovo para iniciar "negociações imediatas" com o objetivo de encerrar a guerra.

Podcasts

×