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Madeira

Executivo da CMF esclarece situação das "dívidas ocultas" deixadas pela gestão anterior

Foto Rui Silva/Aspress
Foto Rui Silva/Aspress

A presidente da Câmara Municipal do Funchal (CMF), Cristina Pedra, e o vice-presidente, Bruno Pereira, fizeram questão de esclarecer, na sessão da Assembleia Municipal que decorre hoje na Escola Horácio Bento de Gouveia, a situação das "dívidas ocultas" relacionadas com a empresa pública ‘Águas e Resíduos da Madeira’ (ARM) deixadas pelos executivos anteriores de Paulo Cafôfo e Miguel Silva Gouveia.

Cristina Pedra alertou que, caso a gestão da autarquia tivesse permanecido com o executivo da "Confiança", o orçamento municipal estaria hipotecado. A presidente denunciou o que considera ser a "irresponsabilidade e cobardia da gestão socialista", que terá colocado a autarquia numa situação financeira delicada. Em causa está a penhora de um milhão de euros executada pela Autoridade Tributária, na sequência de um acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, sem possibilidade de recurso.

Segundo Cristina Pedra, a dívida resulta do não pagamento das facturas da ARM entre 2013 e 2021, referentes ao fornecimento de água e ao tratamento de resíduos sólidos. Os executivos da ‘Mudança’ e da ‘Confiança’ alegaram que a actualização do tarifário era inadequada e, por isso, decidiram suspender os pagamentos.

Já Bruno Pereira destacou que o actual executivo, a partir de 2022, firmou um acordo com a ARM, comprometendo-se a liquidar 100% das facturas em atraso, pondo fim à acumulação da dívida. No entanto, a falta de pagamento ao longo dos anos resultou num acumulado de juros que continua a crescer diariamente. "A dívida de 2013 a 2021 foi estancada, mas os juros acumulados continuam a aumentar. Deixaram uma média de 3,5 milhões de euros por ano apenas em juros. Estamos agora a lidar com as consequências dessa falha de gestão", afirmou o vice-presidente.

O Supremo Tribunal Administrativo reconheceu a "incompetência" da gestão anterior e determinou a execução da dívida. Face a isto, o actual executivo assumiu um compromisso rápido para resolver a situação. Bruno Pereira sublinhou que, em apenas 48 horas, a CMF liquidou a dívida de um milhão de euros com a Autoridade Tributária, evitando um impacto negativo na saúde financeira da autarquia. "Em vez de recorrer a prazos prolongados de 36 ou 60 meses, optámos por pagar de imediato para evitar um histórico negativo nas finanças municipais", justificou.

Garantiu ainda que o executivo está a implementar medidas para impedir que os serviços municipais sejam afectados e assegurar que os cidadãos continuem a usufruir de serviços essenciais sem interrupções. O vice-presidente destacou o empenho da autarquia em trabalhar com todas as partes envolvidas para solucionar as dívidas herdadas e manter uma gestão eficiente e transparente.

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