Motoristas e metalúrgicos precisam de melhorias laborais, diz o JPP
O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Actividades Metalúrgicas da Região (STRAMM) fez saber a uma delegação do Juntos Pelo Povo (JPP) que a revisão salarial, a redução da pausa para o almoço e a aproximação entre o sector público (Horários do Funchal) e o sector privado dos transportes são reivindicações que pretendem ver concretizadas brevemente.
Numa reunião de trabalho com o deputado e candidato do JPP às eleições de 23 de Março, Luís Martins, o dirigente da concelhia do Funchal do partido, José Sousa, e a direcção do Sindicato, os dirigentes sindicais começaram por referir que, "ao longo dos anos, se têm debatido pela melhoria das condições de trabalho e salariais dos seus trabalhadores, com recurso a processos negociais, com a assunção de compromissos faseados, e ao longo do tempo, mencionando ainda que o recurso à greve é sempre uma última medida para colocar em prática quando já não há abertura ao diálogo e à negociação”.
A delegação do JPP aproveitou o encontro para explicar as medidas e o Programa de Governo, sublinhando que um dos focos do partido liderado por Élvio Sousa é "a redução do custo de vida e a reposição de uma injustiça social, que é o subsídio de insularidade para todos os trabalhadores, do público e do privado, fazendo notar que medidas para aumentar o rendimento de quem trabalha são a forma adequada de dignificar o trabalho e melhorar as condições de vida dos trabalhadores”.
O Sindicato dos Rodoviários, por seu turno, lamentou que "em relação à reorganização recente dos transportes públicos e da rede SIGA, os motoristas só tenham transporte gratuito na companhia em que prestam serviço". Entendem que "seria de elementar justiça que os mesmos tivessem transporte gratuito em toda a rede SIGA, atendendo ao facto de muitos residirem em zonas fora da operação da companhia onde trabalham, pois, para se deslocarem a casa, têm de pagar os passes".
Referiram ainda que "os colegas que acabaram de se reformar têm direito ao passe em toda a rede SIGA, não discordam desse benefício, pelo contrário, pedem para ser alargado enquanto estão no activo".
Outra situação que gostariam de ver corrigida: "a longa pausa para o almoço". Explicaram à delegação do JPP que "o intervalo dura entre 2h30 e 3h00, gostariam que não fosse além das 2h30, porque obriga a uma permanência no serviço que ronda as 11 horas diárias, sem qualquer compensação, o que se torna um factor de não atractividade para a profissão, sendo que muitos motoristas preferem outros trabalhos em que não estão sujeitos a estes longos períodos de almoço".
O Sindicato pretende que "seja feita a revisão da tabela salarial e, ainda que de uma forma faseada, sustentada e negociada, pedem a aproximação entre o setor público (Horários do Funchal) e o sector privado, no que diz respeito aos horários laborais".
Sugerem "a criação de um corredor para autocarros nas horas de ponta, pois a gratuitidade dos passes fez disparar o número de utilizadores sem o correspondente aumento da oferta, levando por vezes à sobrelotação e ao aumento do tempo dos percursos, em que, por exemplo, o percurso habitual de 1 hora pode demorar 1 hora e 30 minutos".
Relativamente aos trabalhadores das actividades metalúrgicas, "apesar de terem conseguido, por via negocial, a atribuição do subsídio de refeição, é ainda necessário dar mais passos na melhoria das condições laborais destes trabalhadores".
O referido subsídio de refeição "tem um valor significativamente inferior ao dos outros trabalhadores, e é de elementar justiça que seja feita uma aproximação ao valor pago noutros sectores". Em relação às diuturnidades, que é uma forma de valorizar a carreira e a experiência destes trabalhadores, lamentam que "simplesmente não existam".
O JPP nota que "tanto os motoristas como os trabalhadores metalúrgicos têm várias áreas que precisam de ser melhoradas, quer por via da melhoria da legislação laboral, quer através da negociação e da concertação social".