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África do Sul alerta para os efeitos da crise da dívida no Sul global

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Foto EPA

O diretor-geral do Tesouro sul-africano, Duncan Pieterse, abriu esta segunda-feira a reunião dos vice-ministros das Finanças e dos bancos centrais do G20, referindo-se à crise da dívida, que está a condicionar muitos países do chamado Sul global.

Na reunião, que decorre até quarta-feira na Cidade do Cabo sob a presidência rotativa da África do Sul, e que visa preparar o encontro dos ministros das Finanças do G20, vão ser debatidos os desafios colocados aos mercados emergentes e às economias em desenvolvimento.

O dirigente sul-africano destacou ainda, na sua intervenção, a reforma da arquitetura financeira mundial.

De acordo com Pieterse, neste primeiro dia de trabalhos, os vice-ministros das finanças e os banqueiros centrais abordaram questões relacionadas com a atual situação económica e o impacto da elevada dívida pública em África, uma vez que, segundo o Banco Mundial, 21 países do continente corriam um risco elevado de sobre-endividamento externo em 2023 ou já se encontravam nessa situação.

Neste primeiro dia de trabalhos, debateram-se também as perspetivas da reforma da arquitetura financeira internacional, os desafios que os países enfrentam para garantir um financiamento acessível para o desenvolvimento e a importância da Quarta Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4), a realizar em Sevilha, Espanha, em junho deste ano.

Esta é a segunda de uma série de cinco reuniões financeiras agendadas para este ano sob a presidência sul-africana, com base nos trabalhos da primeira, realizada em Joanesburgo em dezembro de 2024.

Sob o tema "Solidariedade, igualdade e sustentabilidade", a África do Sul procura colocar os interesses de África e do Sul global no centro da agenda durante a sua presidência rotativa do G20.

De acordo com Pieterse, o objetivo é apoiar "os países africanos e outros países em desenvolvimento, incluindo os pequenos Estados em desenvolvimento, na resolução dos seus desafios económicos, financeiros e de desenvolvimento".

O diretor-geral do Tesouro sul-africano adiantou que esta semana serão realizadas discussões à porta fechada, que abordarão a reforma da arquitetura financeira internacional, a redução do fosso fiscal ou o papel do setor privado na transformação e reestruturação do sistema financeiro sustentável.

A África do Sul é o quarto país em desenvolvimento a presidir consecutivamente ao bloco económico, depois da Indonésia (2022), da Índia (2023) e do Brasil (2024), todos membros do grupo BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] de economias emergentes, que procura constituir um contrapeso às potências ocidentais.

Este país da África Austral, a economia mais industrializada do continente, encerrará um ciclo em que os dezanove países do grupo se revezaram na liderança, pelo que, em 2026, a coordenação da organização voltará a caber aos Estados Unidos.

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