‘Redes Sociais – On ou Off?’: “É importante haver controlo parental”
Psicólogo Nelson Carvalho no TEDxFunchal Salon
O psicólogo Nelson Carvalho, director da Unidade Operacional de Intervenção em Comportamento Aditivos e Dependências (UCAD), completa o duo de oradores no debate ‘Redes Sociais – On ou Off?’, no âmbito do TEDxFunchal Salon, a decorrer no Centro Comercial Plaza Madeira.
Começou a intervenção por dar nota do “quão importante são as redes sociais, como quão importante é limitar a sua utilização”.
Estava dado o mote para apelar ao “uso equilibrado” das redes, porque tudo o que excede o normal torna-se patológico.
Ciente do grande potencial da internet, é o primeiro a admitir que “não se pode diabolizar a internet, as redes sociais, as novas tecnologias, mas há que haver regras”. Caso contrário, o utilizador estará a consentir a sobreposição da vida online para a vida real. Daí a importância que se promova “o uso regrado” das ferramentas digitais de comunicação.
O psicólogo colocou o ‘dedo na ferida’ ao denunciar que muitos pais demitem-se das suas responsabilidades, querendo delegar essas responsabilidades nas escolas.
Nelson Carvalho apontou um rol de maus exemplos que predominam na sociedade, com particular enfoque nos mais novos e na responsabilidade parental, ou não fossem “os pais os modelos muito importantes para os nossos filhos. Para o bem e para o mal”, reforça.
Preocupado com o tempo que os mais novos passam diante dos ecrãs, denuncia a existência de adolescentes que “já consomem pornografia, porque não há controlo”, denuncia.
Alertou ainda para a gravidade de se expor crianças de tenra idade às “chuchas virtuais”, numa alusão aos ecrãs. “Até aos 18 meses não se devem expor ecrãs às crianças”, avisa. “Um mal enorme aos nossos filhos” porque vai afectar a normal interacção das crianças com o mundo que a rodeia. Além de afectar o padrão de sono normal e poder ter consequência de doenças e na saúde mental.
Classifica de “péssimo” que a idade mínima para se ter uma rede social tenha recuado para os 13 anos. Pior ainda, “é muitas crianças ter conta sem os pais saberem”.
Grave também é os pais permitirem que os filhos ‘durmam com o telemóvel’. “A partir da meia-noite está comprovado cientificamente que é quando começa os comportamentos de risco”, adverte.
Tudo exemplos para reforçar o apelo à necessidade de controlo parental. “Não é proibir. É regular”, esclarece.
“Temos que parar com esta situação do facilitismo, caso contrário estamos a promover a doença mental, estamos a promover as dependências”, conclui o psicólogo.
Tudo argumentos para reforçar o apelo: “É importante haver controlo parental. Nunca deixar arrastar. Se deixarmos arrastar vai ser muito pior”, garante.
Nelson Carvalho terminou a ‘apresentação’ com apelo dirigido aos pais. “Nós pais somos as pessoas que podemos mudar esta tendência. Mudar isto a bem da saúde mental. Da nossa, da deles, da comunidade em geral”, concretizou.