PS afirma que "as pessoas precisam de um Governo que aposte na prevenção"
O PS considera que "as pessoas precisam de um Governo que aposte na prevenção e que não as abandone no meio das tragédias". A declaração de Paulo Cafôfo acontece na sequência de uma visita do partido à Serra de Água, neste dia em que se assinalam 15 anos da aluvião de 20 de Fevereiro. Além disso, essa freguesia foi recentemente fustigada, desta vez pelos incêndios.
Os socialistas indicam que esta foi uma oportunidade para lembrar as vítimas, mas também para focar a necessidade de uma verdadeira aposta na prevenção, "com medidas eficazes de ordenamento do território e proteção ambiental, de modo a reduzir os riscos de eventos futuros e minimizar os impactos daqueles que ocorrerão, tendo em vista uma maior segurança das populações".
Paulo Cafôfo, cabeça-de-lista às regionais de 23 de Março, aponta que essa é uma área em que o grupo parlamentar do PS tem focado o seu trabalho, "com várias iniciativas no âmbito do ambiente, do ordenamento do território e da protecção civil, visando um trabalho preventivo que os Governos do PSD têm vindo a negligenciar".
O presidente do PS-Madeira indica que, desde 2019 até ao momento, os socialistas já apresentaram perto de três dezenas de iniciativas parlamentares "técnica e cientificamente bem sustentadas", cuja implementação se revelaria fundamental para minimizar os impactos destes fenómenos extremos, "as quais, na sua esmagadora maioria, foram chumbadas pelos partidos que têm sustentado os executivos de Miguel Albuquerque, com os resultados que todos conhecemos".
O perigo existirá sempre numa Região como a nossa, mas o risco pode ser minimizado de modo a prevenir males maiores. Esse é o dever de um Governo responsável e consciente das vulnerabilidades de um território como o nosso. As pessoas querem um Governo que aposte na prevenção, que esteja ao seu lado e que não as abandone no meio das tragédias. Paulo Cafôfo
O líder socialista recordou que, aquando dos incêndios do ano passado, tanto Miguel Albuquerque como Pedro Ramos, estavam de férias no Porto Santo "enquanto a Madeira ardia".
Além disso, entre as iniciativas apresentadas pelo grupo parlamentar socialista estão propostas para "a gestão activa das florestas, a avaliação das vulnerabilidades da floresta regional e riscos associados que comprometem a segurança do território e da população, o regime jurídico do Inventário Florestal, o regime jurídico da Atividade Silvopastoril, bem como outras relacionadas com a problemática da extração de inertes nas ribeiras e na orla costeira ou ainda acções concretas e firmes para alcançar a neutralidade carbónica na Região e a adaptação às alterações climática".
Dados os sucessivos chumbos de propostas socialistas, o PS diz-se preocupado em relação àquilo que está a ser feito como prevenção, indicando que existe falta de planeamento e ordenamento do território, que existe ocupação de zonas de risco ou aterros que fizeram vítimas e que continuam a constituir uma ameaça. Por outro lado, o estado das serras é preocupante, "uma vez que um coberto vegetal adequado foi uma das medidas mais importantes avançadas no estudo do risco de aluviões da Ilha da Madeira e que o Governo Regional não tem conseguido acautelar, apesar dos milhões investidos em reflorestação". "As serras dominadas por giesta e carqueja serão sempre um terreno fértil para que desgraças como incêndios e aluviões aconteçam ciclicamente e os métodos usados pelo Governo, com mobilização dos solos de altitude e dispersão de sementes de invasoras, multiplicam o risco em vez de o conter", alerta Paulo Cafôfo.
Por fim, Paulo Cafôfo mostra-se apreensivo com a “ligeireza” como a Madeira está a lidar com as alterações climáticas, denunciando o facto de a Estratégia Clima Madeira estar desactualizada e alertando para a circunstância de as regiões insulares serem particularmente afectadas por este fenómeno.
O PS diz querer combater esta "inércia governativa" e assegurar a resiliência do território e a defesa da população, preconizando um melhor planeamento e ordenamento, uma conservação dinâmica da natureza com o envolvimento da comunidade, ecossistemas mais adaptados a um clima em constante mudança e mais resilientes, informação e formação dos cidadãos e monitorização de riscos.