Francisco Gomes considera que Montenegro e Albuquerque são "duas faces da mesma moeda"
O deputado Francisco Gomes, eleito à Assembleia da República pelo Chega-Madeira, acusa Luís Montenegro e Miguel Albuquerque de serem duas faces da mesma moeda, isto porque, considera, o líder do governo da República está a replicar, no governo central, um clima que classifica de opacidade, conluio e compadrio que, na sua opinião. No fundo, diz ser "um espelho da situação instalada no Governo Regional da Madeira".
As declarações surgem após o Chega anunciar a apresentação de uma moção de censura ao Governo da República, uma vez que várias notícias dão conta de que "quais a mulher e os dois filhos do primeiro-ministro têm uma empresa de compra e venda de imóveis, denominada ‘Spinumviva’, de que Luís Montenegro foi fundador, gerente e é beneficiário dos proveitos".
A empresa, fundada em 2021, está registada na casa do primeiro-ministro, em Espinho, e poderá beneficiar da alteração à lei dos solos aprovada pelo governo do próprio Luís Montenegro. "A empresa é adicionalmente suspeita de ter feito negócios com o Estado ou com outras entidades que receberam apoios públicos, tendo faturado quase 700 mil euros nos últimos dois anos", indica.
Não é aceitável que um primeiro-ministro seja beneficiário de uma empresa gerida pela família e que pode lucrar com leis aprovadas pelo próprio primeiro-ministro. Estamos perante um conflito de interesses, que traduz para o governo da República o tipo de jogos de bastidores que são marca do governo da Madeira. Francisco Gomes
O parlamentar também não concorda com a nomeação de Silvério Regalado como novo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, dado que o novo governante celebrou, com a empresa do actual primeiro-ministro, ajustes directos de mais de 200 mil euros, facto que, a seu ver, sugere que a recente nomeação é um pagamento de favores.
Francisco Gomes considera que "as pastas do governo não podem ser usadas para pagamento de favores, nem a gestão da Causa Pública pode ser entregue a pessoas cuja maior marca curricular é terem dado de ganhar ao primeiro-ministro. Os madeirenses conhecem esse tipo de filmes, que merecem o nosso repúdio".