Exigência e Escolha
São as pessoas que fazem as instituições, mas estas devem existir sempre para além daqueles que as representam em cada momento. Impera aqui uma lógica genuína de serviço e de missão, numa representatividade que será tanto maior e mais efetiva quanto mais ampla for a crença ou a confiança dos representados. E quase tudo é construção humana. Não somos todos iguais e sabemos que o ser humano não é perfeito. Devemos, assim, aceitar naturalmente a imperfeição das instituições humanas, não numa perspetiva de resignação ou de desânimo, mas sim de consciência de que, só assim, podemos dar um contributo importante para as tornar mais perfeitas. Sabemos que nem todas as imperfeições têm a mesma origem, a mesma razão, a mesma motivação e o mesmo grau. É preciso perceber as imperfeições, a sua dimensão, o seu impacto e as suas consequências. Sem receio. É curioso que muitos daqueles que mais engrandeceram algumas instituições também as feriram. E são amados. É uma espécie de balanço sentimental no qual o bem prevalece. Prevalece o respeito pelo carisma e pelo carácter, pela luta e pelas conquistas, para além do pecado ou de qualquer erro, precisamente porque, no momento final, toleramos algumas imperfeições.