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Regionais 2025 Madeira

Nova Direita alerta para risco de aumento da abstenção face à desilusão do eleitorado

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A líder do partido Nova Direita, Ossanda Liber, alertou hoje para o eventual aumento da abstenção nas eleições regionais antecipadas de 23 de março na Madeira, considerando que "as pessoas estão muito desiludidas com a política".

"Ou, de facto, nós, Nova Direita, conseguimos passar a palavra e conseguimos mobilizar um certo eleitorado que está altamente desiludido, ou então a abstenção vai certamente aumentar", disse.

Ossanda Liber falava no âmbito de uma iniciativa de pré-campanha, junto à Universidade da Madeira, no Funchal, onde esteve acompanhada pelo cabeça de lista e coordenador do partido na região, Paulo Azevedo.

"As pessoas perderam a esperança, é escandaleira todos os dias na televisão, é uma sensação de que o tempo parou e de que nada avança e de que os anos passam e que elas votam e nada se resolve", disse, avisando que "aquilo que se percebe é que as pessoas estão mesmo muito desiludidas com a política".

A líder da Nova Direita considera, por isso, que o conservadorismo é atualmente "muito necessário", porque representa "outra postura dos políticos e das políticas".

"Não temos nenhum problema em assumir que somos um partido conservador e que temos ideias conservadoras, ainda assim modernas", disse, para logo reforçar: "Nós não parámos no tempo. Somos conservadores nos valores, mas em ideias somos absolutamente modernos e adaptados à realidade atual".

Entre as propostas da candidatura da Nova Direita constam a construção de novas habitações para arrendamento a custo controlado, o aumento do financiamento para aquisição de medicamentos, a reforma sem penalização para os docentes com 40 anos de serviço e 60 de idade e o aumento da presença policial nas zonas mais afetadas pela criminalidade.

"O foco da nossa campanha é ouvir as pessoas, é o contacto porta a porta, é sentir a dor das pessoas", disse o cabeça de lista, Paulo Azevedo, sublinhando que a população madeirense está "cansada da política atual" e das "promessas que não são cumpridas".

"Nós temos tido uma boa aceitação perante a população. É muito cedo para cantar vitória, mas acho que estamos no bom caminho", afirmou.

O Governo Regional minoritário do PSD foi derrubado em 17 de dezembro de 2024 com a aprovação da moção de censura apresentada pelo Chega, que a justificou com as diferentes investigações judiciais envolvendo o chefe do executivo, Miguel Albuquerque, e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos. Entretanto, o inquérito de um deles -- Eduardo Jesus, secretário de Economia, Turismo e Cultura - foi arquivado pelo Ministério Público.

A aprovação da moção de censura, inédita no arquipélago, implicou, segundo o respetivo o Estatuto Político-Administrativo, a demissão do Governo Regional, constituído em 06 de junho do mesmo ano, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.

Face a esta situação política, e depois de convocar o Conselho de Estado, em 17 de janeiro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou a decisão de dissolver o parlamento madeirense e convocar novas eleições regionais antecipadas em 23 de março -- o terceiro sufrágio em cerca de um ano e meio.

O parlamento da Madeira é constituído por 47 deputados, sendo atualmente 19 do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP (partido que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas), um da IL e um do PAN.

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