PS diz que "Funchal andou para trás nas políticas de mobilidade"
O grupo do PS na Assembleia Municipal do Funchal criticou hoje "o actual executivo camarário, liderado pelo PSD, por ter negligenciado as políticas de mobilidade, fazendo com que os constrangimentos a este nível tenham vindo a aumentar e a capital madeirense tenha vindo a regredir, comparativamente a outras cidades portuguesas e europeias, acusa em nota de imprensa.
Os socialistas organizam hoje um debate sobre esta temática na sala da Assembleia Municipal e para o qual convidaram David Vale, professor na Universidade de Lisboa, "especialista em acessibilidade e mobilidade sustentável, conhecedor da realidade do Funchal", aproveitam para lamentar que, "apesar de o Funchal ter um Plano de Ação para a Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS) desde 2019, e de ter aprovado, em 2024, um Plano de Ação do Instrumento Territorial Integrado da área Funcional do Funchal (ITI-FNC), que abrange os concelhos vizinhos de Câmara de Lobos e Santa Cruz, o actual executivo não tenha vindo a implementar ações concretas com vista a melhorar a mobilidade na cidade".
É uma ausência total da concretização das políticas definidas. O Funchal, nestes últimos três anos, não acompanhou as políticas de mobilidade, ficando para trás, quando comparado com tantas outras cidades portuguesas e europeias que sofreram transformações impressionantes Andreia Caetano, deputada municipal do PS
Uma iniciativa que "pretende pensar a cidade do ponto de vista das políticas para uma mobilidade urbana mais sustentável" e que os socialistas aproveitam para questionar "o porquê do atual executivo não ter posto em prática muitas das ações previstas no PAMUS, no ITI-FNC e no programa de execução do PDM".
"Abandonaram as promessas populistas feitas em campanha eleitoral ou, afinal, estes instrumentos em vigor servem apenas para iludir a União Europeia e para conseguir fundos europeus?”, pergunta a responsável pelo grupo municipal do PS. A socialista entende que "a competência, a coragem e a determinação de um executivo veem-se também nas ações que executa na área da mobilidade urbana. Considera, por isso, que ter medo de executar políticas disruptivas, arrojadas, ambientalmente sustentáveis, que criem maiores condições de pedonalidade, mais espaços públicos e que resolvam os problemas do congestionamento do trânsito e dos estacionamentos abusivos 'ou é incompetência ou cobardia'", reforça as críticas.
E continua: "Além do necessário incremento das zonas pedonais, Andreia Caetano aponta o dedo à estagnação que se tem verificado ao nível da segurança e prevenção da sinistralidade, bem como do incentivo à utilização de transportes públicos. Medidas que, vinca, não se coadunam com as promessas da coligação Funchal Sempre à Frente de trazer ainda mais carros para o centro ou de criar 1500 lugares de estacionamento na praça do município, às quais se junta a decisão errada de destruir parte da ciclovia, como se verificou no início do atual mandato autárquico."
Por isso, sentencia que "tudo isto é errado e contraria todas as políticas atuais de mobilidade urbana sustentável", inclusivamente "aquelas que constam do plano de ação do instrumento territorial integrado do Funchal produzido pelo atual executivo e aprovado na Assembleia Municipal, em consonância com o Programa Regional Madeira 20-30, que, por sua vez, respeita os planos europeus".
Andreia Caetano termina, lembrando ainda que, "em Setembro de 2022, o PS apresentou uma proposta para que os transportes públicos gratuitos fossem implementados na cidade do Funchal, a qual foi chumbada pela maioria PSD. Igual desfecho teve a proposta de criação de parques periféricos, apresentada em Fevereiro de 2023".