Albuquerque culpa o PS e as suas “tretas” pela previsível elevada abstenção
“Se fosse aprovada pelos partidos todos ia ser impugnada por quem? A Assembleia de República não é soberana?”
“Isso é culpa do PS, porque o acordo – antecipar a entrada em vigor das alterações à lei eleitoral - não foi feito devido a uma iniciativa completamente ridícula de um pseudo-constitucionalista, que veio dizer que era inconstitucional”, começou por ser a reacção do presidente do Governo Regional, confrontado com os previsíveis reflexos na abstenção com a impossibilidade, nas próximas eleições, do voto antecipado em mobilidade, aprovado por unanimidade nos parlamentos da Região e da República. A notícia que faz manchete na edição de hoje do DIÁRIO de Notícias da Madeira dá conta que há 48 mil madeirenses recenseados que estão deslocados, o equivalente a 19% do total de inscritos nos cadernos eleitorais.
Miguel Albuquerque, que é também presidente do PSD/M, culpa os socialistas e seus constitucionalistas por terem invocado “aquelas tretas do costume à portuguesa, que é isso que leva o país a continuar a ficar mais atrasado na Europa”, discordando que se queiram “resolve as coisas com base em princípios e fundamentos que não têm nenhum sentido”.
Recorda que havia proposta que acolhia a aprovação de todos os partidos no Parlamento Nacional para permitir antecipar por 24 horas a entrada em vigor das alterações à lei eleitoral (23 de Março, data das eleições Regionais antecipadas -, tendo a necessária unanimidade sido ‘travada’ apenas pelo PS.
Segundo Albuquerque, o resultado da ousadia está à vista. “Uma carga de pessoas que estão a trabalhar e a estudar em Lisboa, madeirenses, que deviam participar no acto eleitoral e agora não participam devido a essas luminárias, esses sábios do papel almaço que gostam de transformar o país à medida deles”, criticou.
“As leis não funcionam ao serviço da população. É ao contrário. Nós é que estamos ao serviço dos formalismos e das patetices das leis”, contestou.
Albuquerque também não aceita a justificação de eventual impugnação do acto eleitoral caso tivesse sido aprovada, por todos, a alteração preconizada.
“Se fosse aprovada pelos partidos todos ia ser impugnada por quem? Quem é que está contra por causa de um dia, uma hora, umas tretas dessas formalidades. Quem é que está contra? A Assembleia de República não é soberana?”, começou por questionar. Sustenta que “era uma questão prática no sentido de facilitar a vida às pessoas e aumentar a participação eleitoral. Agora perguntem a esse senhor o que é que ele acha”, concretizou.