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O preço da liberdade

No país onde uma certidão de óbito tem validade de 6 meses pois os mortos podem ressuscitar, mas que às vezes até podem votar. Que para tratar da legalidade duma casa tens de passar por 4 instituições diferentes, Registo predial, finanças, Câmara Municipal e Cadastral. Porque a liberdade concedeu-nos uma democracia que nos obriga a pagar impostos e taxas, (4 mil, taxas e taxinhas) que representam quase 40% do PIB, ou seja, meio ano do fruto do nosso trabalho reverte em impostos ao estado, a cumpri leis muitas delas por vezes obsoletas, anacrónicas e contraditórias, mas que nos inibe dalguma responsabilidade, (obrigatoriedade) ou da necessidade premente de votar e cumprir um ato de cidadania. Quando os políticos do sistema são os inimigos da democracia convertendo os eleitores nos adversários da mesma e os partidos políticos se tornam no problema da democracia, como podemos explicar em que situação colocamos a liberdade? Porque temos de continuar a fazer política desta forma quando já cada vez mais , menos pessoas acreditam nisto? “Nós estamos num estado comparável apenas à Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade política, a mesma trapalhada económica, a mesmo baixeza de carácter, a mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se em paralelo, a Grécia e Portugal” (Eça de Queiroz in As Farpas - 1872) “Quanto mais próximo o colapso de um império mais malucas são as suas ideias” (Cícero). Alguém tem a coragem de contar a história recente e a razão que levou ao país a uma ditadura no século passado recente? Quando os crimes políticos e a corrupção são apontados pela comunicação social a um só partido o qual criou uma verdadeira tempestade política, num movimento que logo cresceu de forma vertiginosa, que abriu as portas a todos os portugueses, que criou a esperança e ressuscitou na identidade da direita Democrática que tinha morrido sob o manto da vergonha assumida na Constituição da República um tanto ou quanto extremista que mantém no seu preâmbulo o de: assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir o caminho para uma sociedade socialista. Haverá coragem política de reconhecer os erros até aqui cometidos que empenharam a credibilidade da classe política, a veracidade dum sistema, a confiança na justiça e a honestidade e funcionalidade das instituições? Enquanto andamos nisto há 50 anos (hipnotizados pela esquerda), induzidos em acreditar no inacreditável, distraídos e permitimos que os políticos com a liberdade que a democracia consagra, sequestrassem essa mesma democracia legalizaram o roubo e institucionalizassem a corrupção. O primeiro passo para admitir um militante num partido político deveria ser: um registo criminal vitalício. Será que um dos verdadeiros atos de coragem política poderia ser o de integrar os descontentes (os abstencionistas) no método D'Hondt no que diz respeito à distribuição de lugares dos deputados nas assembleias eleitas pelo povo? Eu explico: na R. A. da Madeira seriam 47 os lugares a preencher pelos votos do eleitorado, caso 50% dos eleitores inscritos não votem, só deveriam ser ocupadas metade das cadeiras na Assembleia Regional, seria a Verdadeira Democracia a funcionar. A degradação da democracia leva-nos a sérios riscos se a história se repetir, conduzindo os sucessivos erros da democracia a uma ditadura assumida pagando muito caro o preço da nossa liberdade.

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A. J. Ferreira

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