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Venezuela acusa ONU de divulgar dados enganosos sobre beneficiários de ajuda humanitária

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A Venezuela acusou hoje as Nações Unidas de divulgar "dados enganosos" sobre o número de beneficiários de ajuda humanitária no país e denunciou que algumas ajudas não chegaram aos que mais necessitavam.

A posição da Venezuela foi conhecida um dia depois de o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA, siglas em inglês) divulgar um relatório dando conta que 3,5 milhões de venezuelanos receberam ajuda humanitária da ONU, entre janeiro e dezembro de 2024.

"Alguns burocratas do sistema das Nações Unidas estão a tentar lavar a cara dos corruptos que saquearam os fundos destinados aos venezuelanos. Vendem-nos números enganadores para encobrir o escândalo que está prestes a explodir: a ajuda da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e de outras agências nunca chegou realmente aos que mais precisavam", denunciou o ministro de Relações Exteriores da Venezuela no Telegram.

Na mesma plataforma Yván Gil sublinha que "este é o trabalho de uma diplomacia mafiosa e vigarista".

"Esse dinheiro acabou nos bolsos da oposição, em contas bancárias no estrangeiro, no financiamento de campanhas mediáticas e, o que é mais grave, na organização de 'guarimbas' [vandalismo, barricadas de rua ou bloqueios de estradas], na compra de armas e até no fornecimento de drogas para alimentar a violência nas ruas", denuncia.

O ministro venezuelano afirma que "agora, perante a queda iminente do castelo de mentiras, divulgam relatórios inflacionados para fingir que fizeram alguma coisa".

"O que se passou foi uma operação de corrupção e sabotagem, disfarçada de ajuda humanitária", conclui.

A denúncia de Yván Gil tem lugar um dia depois do OCHA divulgar a Infografia 5W, segundo a qual a ajuda humanitária da ONU chegou a 3,5 milhões de venezuelanos.

"Em 2024, a resposta humanitária chegou a 3,5 milhões de pessoas. Isto representa 69% da população-alvo do Plano de Resposta Humanitária", explica a Infografia 5W.

Segundo a OCHA, "do número total de pessoas abrangidas, as mulheres e as meninas representam 60%", das quais "186.000 pertencem a populações indígenas".

"969.000 crianças, adolescentes e respetivas famílias foram abrangidas por atividades de alimentação escolar", refere o documento precisando que "a resposta humanitária chegou a 303 municípios, cobrindo 90% dos municípios do país".

A assistência humanitária foi conseguida graças ao trabalho de 159 organizações, das quais 90 são venezuelanas, indica a Infografia 5W.

Em 8 de fevereiro o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou que o Ministério Público venezuelano está à espera que a Interpol ative um alerta vermelho contra o opositor Juan Guaidó por vários crimes entre eles a alegada perda de dinheiro destinado para ajuda humanitária na Venezuela, atribuído pela USAID.

Tarek William Saab falava ao canal estatal de televisão Telesul, tendo sublinhado que apenas 2% dos recursos atribuídos pela USAID para ajudas humanitárias chegaram aos venezuelanos.

Em 07 de fevereiro o Presidente Nicolás Maduro disse, durante um evento do Partido Socialista Unido da Venezuela, estar à espera que em breve Juan Guaidó e outros opositores sejam levados à justiça.

"Todo esse dinheiro que roubaram da CITGO (filial norte-americana da estatal Petróleos da Venezuela), da USAID, das contas bancárias e o ouro, somando tudo, daria 31 mil milhões de dólares em cash, notas sobre notas (...). Meteram a mão nos bolsos dos contribuintes dos Estados Unidos, das instituições norte-americanas em nome do povo da Venezuela", denunciou Nicolás Maduro.

Segundo a imprensa venezuelana em 2024 a USAID distribuiu mais de 44 mil milhões de dólares em ajuda global dos quais cerca de 2,3 mil milhões de dólares foram para iniciativas na América Latina.

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